Competitividade aumentará com melhores rendimentos e mais emprego, diz CGTP

Em reacção à descida de Portugal no ranking da competitividade, Arménio Carlos rejeita ideia de que é necessário alterar a legislação laboral.

Foto
Daniel Rocha

O secretário-geral da CGTP defendeu nesta quarta-feira que a competitividade do país aumentará com uma melhoria dos rendimentos e mais emprego, no dia em que foi avançado que Portugal desceu oito lugares no ranking do Fórum Económico Mundial.

"A melhoria dos rendimentos corresponde a mais emprego, mais negócio para as empresas e, neste caso concreto, mais competitividade. Parece que é por aqui que as coisas têm de ser discutidas e não mais uma vez continuarem a repetir a conversa de sempre, que é necessário alterar a legislação laboral e pressionar os salários", disse Arménio Carlos, em declarações à agência Lusa.

O sindicalista reagia desta forma à notícia de que Portugal desceu este ano oito lugares, de 38º para 46º, no 'ranking' mundial da competitividade relativo a 2015.

De acordo com dados do Relatório Global de Competitividade (2016-2017) do Fórum Económico Mundial, que será divulgado hoje, Portugal passou para o 46.º lugar do 'ranking' da competitividade, num universo de 138 países.

Para Arménio Carlos, os dados hoje revelados sugerem que quem faz a definição dos critérios para a avaliação da competitividade são "as empresas ou entidades associadas às grandes empresas e multinacionais que têm como finalidade manter sempre um nível de pressão sobre os Estados e, particularmente sobre a legislação laboral".

O que põe em causa a competitividade em Portugal, segundo o secretário-geral da Inter, "não é a legislação laboral" e "muito menos os salários", mas algo que não está desligado do tecido empresarial e das dificuldades da esmagadora maioria das empresas.

Arménio Carlos justificou ainda a perda de competitividade com a "falta de investimento na modernização das empresas, a ausência de qualificação de grande parte dos empresários e, por outro lado, a falta de resposta do mercado interno".

As taxas e os impostos são apontados no Relatório Global de Competitividade (2016-2017) como o factor mais problemático (18%) para os negócios e são também a primeira preocupação manifestada pelos empresários.

A burocracia mantém-se no 2º lugar e em 3.º está a preocupação dos empresários sobre a instabilidade política no país. A preocupação com a regulamentação laboral mantém-se como 4ª preocupação, os regulamentos fiscais mantém-se como 5ª e as condições de acesso ao financiamento são o 6.º factor mais problemático para os empresários.

O Relatório Global de Competitividade (2016-2017) do World Economic Forum vai ser apresentado hoje em Lisboa pela PROFORUM, Associação para o Desenvolvimento da Engenharia, e pelo FAE, Forum de Administradores e Gestores de Empresas, numa sessão pública na AESE Business School.

A PROFORUM, a FAE e a AESE realizam em Portugal o Inquérito de Opinião dos Empresários para o WEF - World Economic Forum.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários