Comissão de recrutamento para a Administração Pública quer fiscalização externa

"Não queria deixar a Cresap sem deixar isso a funcionar", diz o presidente, João Bilhim.

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João Bilhim diz que já tentou criar um sistema de auditoria, mas acabou por recuar Bruno Almeida

O presidente da Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (Cresap), João Bilhim, quer criar uma comissão internacional de acompanhamento externo que permita aumentar a robustez dos métodos desta entidade, que actualmente apenas é controlada pelo Parlamento.

"Não temos ainda formas de controlo interno. Quis criar há dois anos uma comissão que viesse fazer auditoria", disse João Bilhim, em entrevista à agência Lusa. Mas explica que acabou por recuar porque "podia dar a ideia" de que a comissão já tinha "a noção de que as coisas não corriam bem".

O presidente da Cresap revela mesmo que há dois anos chegou a fazer um convite a um especialista internacional "para fazer parte de uma comissão internacional de peritos que pudesse fazer o acompanhamento da actividade" da Cresap. "Quero que isso aconteça, ainda não consegui encontrar a melhor forma de avançar", admite João Bilhim. Sem um órgão de controlo, na prática, o acompanhamento é feito pelo parlamento, pela Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública.

"Só lá fomos duas vezes [ao Parlamento], apresentar o relatório de actividades e o plano de actividades. Se a nossa actuação fosse assim tão má, com tudo o que tem acontecido, não estaríamos lá praticamente todos os dias? Estaríamos", argumenta Bilhim, adiantando: "Se só lá fomos, até agora, sempre para apresentar o relatório de actividades e o plano de actividades, é porque as situações são relativamente claras e não há aqui nada a esconder".

"Agora, eu próprio gostaria de ter aqui uma comissão internacional [e] não queria deixar a Cresap sem deixar isso a funcionar", conclui João Bilhim. "Não só porque há que ser como a mulher de César, mas porque acredito profundamente que há sempre alguma coisa a melhorar".

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