Comércio perdeu 21 mil trabalhadores mas manteve facturação em 2013

Negócio dos grossistas caiu, automóveis e retalho subiram as vendas.

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O retalho conseguiu aumentar a facturação em 0,8% José Manuel Ribeiro/Reuters

Ao longo do ano passado, o sector do comércio perdeu cerca de 21 mil trabalhadores e quatro mil empresas face 2012, mas conseguiu que o volume de negócios se mantivesse igual.

Eram 232.760 as empresas comerciais no ano passado, uma quebra anual de 1,7%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados nesta sexta-feira. O número de trabalhadores caiu para 733 mil, ou seja, menos 2,8%.

Já a facturação permaneceu praticamente inalterada, totalizando 119,6 mil milhões de euros. Em termos médios, a vida correu ligeiramente melhor às empresas em 2013: a margem comercial foi de 87 mil euros por empresa, uma pequena subida de 0,9%.

Os números do INE reflectem também o ano em que se iniciou a recuperação das vendas de automóveis, que aconteceu após o sector ter afundado há dois anos para os valores mais baixos desde meados da década de 1980. 

Tal como nas restantes áreas, o número de empresas do ramo automóvel caiu, ainda que numa escala mais moderada: eram menos 0,7% do que em 2012, ao passo que o número de empresas grossistas desceu 1,1% e o comércio a retalho encolheu 2,1%. Por outro lado, foi no sector automóvel que o número de funcionários sofreu a maior redução em relação ao número total de trabalhadores: uma queda de 4,7%, acima dos 4,3% registados no comércio por grosso e de 1,6% verificado no retalho. 

Entre aqueles três sectores analisados, o volume de negócio dos automóveis foi o que teve a maior subida: mais 2,7%, enquanto os grossistas viram a facturação cair 1% e os retalhistas conseguiram uma melhoria de 0,8%. A margem comercial do ramo automóvel foi também a que teve melhor desempenho, graças a uma pequena evolução positiva de 0,5%. Nos comércio por grosso, caiu 2% e no retalho houve uma escassa subida de 0,3%.

No total das empresas automóveis, a venda de veículos representou 55% da facturação (mais três pontos percentuais do que no ano anterior), distribuindo-se o resto do volume de negócios por actividades de manutenção e reparação, venda de peças e outros serviços associados. Dados do sector já tinham revelado que, em 2013, o número de unidades vendidas tinha crescido 12% – ainda assim, muito abaixo dos 37% registados entre Janeiro e Novembro deste ano, segundo números da Associação de Comércio Automóvel de Portugal.

Já entre os grossistas, foi a venda de combustíveis, produtos químicos e materiais de construção que teve maior peso, representando 30,5% do total. No retalho, a categoria que integra os combustíveis para veículos representou a maior fatia (24,3%), seguida da categoria que engloba frutos e produtos hortícolas, carne, peixe, padaria, leite e ovos (21,8%).

As estatísticas indicam também um aumento do número de grandes superfícies de retalho: um acréscimo de 22 lojas elevou o número total para 3286. Estas empresas empregaram no ano passado 98.673 pessoas, das quais 72.654 a tempo inteiro. Destas, a grande maioria são mulheres.

 

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