Clientes da CGD lesados por fraude nos cartões vão receber dinheiro de volta

Esquema fraudulento teve origem no Brasil mas afecta clientes em Portugal com cartões de crédito da rede Visa.

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Fraudes com cartões são reduzidas, garante a VISA Europa. Nelson Garrido

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) garantiu esta quinta-feira que os clientes do banco que foram vítimas de movimentos fraudulentos feitos com cartões de crédito Visa não vão sofrer perdas. Em declarações ao PÚBLICO, fonte oficial garantiu que “a situação será resolvida brevemente”.

Também a Visa Europa garantiu, em comunicado enviado à Lusa, estar a par das “actividades potencialmente fraudulentas” que estão a afectar os clientes da Caixa Geral de Depósitos em Portugal, garantindo que as vítimas de fraude com cartões “estão protegidas” e vão ser ressarcidas.

Fonte oficial do banco público adiantou que “a situação está contida” e que “não há novas situações a ocorrer”. Não está ainda excluído que o ataque não seja extensivo a clientes de outros países.

O PÚBLICO apurou que o ataque, que partiu do Brasil, foi feito directamente via Visa e não aos serviços da Caixa Geral de Depósitos.

A fraude foi noticiada esta quinta-feira pelo Diário de Notícias e Jornal de Notícias, que referem a existência de milhares de clientes da CGD confrontados com operações de pagamento que não fizeram.

A CGD confirma, em nota de esclarecimento, que" foram identificados movimentos fraudulentos com cartões de crédito com origem no Brasil", mas não revela o número de clientes afectados ou montantes desviados.

Em comunicado, a Visa Europa explica que está a “trabalhar activamente” com o banco português e que estão em “permanente vigilância” para qualquer assunto relacionado com fraude, nada referindo sobre a dimensão do problema.

“A fraude representa menos de 0,05 euros por cada 100 euros gastos na Europa e é importante realçar que as vítimas inocentes de fraude com cartões estão protegidas e vão receber de volta o seu dinheiro”, explica o comunicado da Visa Europa.

No texto enviado à Lusa, a empresa sugere ainda que os clientes monitorizem regularmente as suas contas “revendo cuidadosamente os seus extractos e notificando rapidamente o seu banco na eventualidade de qualquer actividade anormal.”

A Deco, associação de defesa do consumidor, tem feito vários alertas aos consumidores para os riscos de fraude. Numa nota intitulada “não se deixe apanhar pela rede", a associação refere que os recentes casos de phishing, forma de cibercrime, ocorridos em vários sectores de actividade económica, designadamente, banca e serviços de fornecimento de energia, são exemplos de situações lesivas dos direitos dos consumidores.

Os casos mais comuns começam com uma abordagem efectuada por um terceiro, que se faz passar por uma determinada entidade bancária ou prestador de serviços, através do envio de mensagens de correio electrónico, SMS ou através de chats do Facebook, Whatsapp ou outra rede social.

O objectivo é conduzir os consumidores a sites falsos, que são cópias fiéis das entidades pirateadas, onde introduzem dados confidenciais que serão captados e posteriormente utilizados por terceiros. A Deco aconselha a manter sempre instalados no computador programas de antivírus e firewall devidamente actualizados, a não aceder a serviços disponibilizados online através de links suspeitos e nunca fornecer informações pessoais, dados da conta bancária, coordenadas do cartão matriz ou outros.

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