Cimpor investe 223 milhões de euros em nova fábrica no norte de Moçambique

Nova unidade entrará em laboração em 2018 e vai permitir reduzir importações.

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Cimenteira portuguesa reforça investimento em Moçambique.

A Cimentos de Moçambique, detida pela Cimpor, vai investir 250 milhões de dólares (cerca de 223 milhões de euros) numa nova fábrica em Nacala, na província moçambicana de Nampula, norte do país, anunciou esta terça-feira a empresa.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa avança que a nova unidade, que se vai juntar a outras cinco que a empresa já possui em Moçambique, entrará em funcionamento até 2018, com a capacidade de produção de 1,5 milhões de toneladas por ano.

Em declarações à Lusa, Jorge Reis, director-geral da Cimentos de Moçambique adianta que a nova unidade vai criar 500 postos de trabalho.

Segundo a empresa, a fábrica de Nampula prevê uma produção integral de cimento, incluindo da sua principal matéria-prima, clínquer, o que permitirá reduzir as importações deste componente, num valor até 100 milhões de dólares (89,5 milhões de euros) por ano, e baixar o preço final junto do consumidor.

A Cimentos de Moçambique é detida maioritariamente pela Cimpor e pela sua subsidiária na África do Sul, Natal Portland, e integra o universo do grupo Intercement, contando também com uma participação de 18% do Estado moçambicano, por via do Instituto de Gestão Empresarial de Participações do Estado, dos Caminhos de Ferro de Moçambique e da Empresa Moçambicana de Seguros (Emose).

A Intercement é o oitavo maior produtor de cimento do mundo, com presença em oito países e líder de mercado em Moçambique, Portugal, Argentina e Cabo Verde.

Em Moçambique, a empresa produz, actualmente, 3,1 milhões de toneladas de cimento por ano, numa fábrica integral na Matola, nos arredores de Maputo, além de quatro unidades de moagem, uma das quais também na Matola, outras duas em Nacala e uma no Dondo, província de Sofala, centro do país, mantendo um total de 1200 colaboradores.

O investimento agora anunciado soma-se a outros 100 milhões de dólares aplicados nos últimos três anos em Moçambique, um país onde, segundo Jorge Reis, "está tudo por fazer" em estradas, pontes e habitações, "e o potencial é muito grande, à semelhança de outros países emergentes".

Apoiando-se em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), a empresa aposta numa economia a crescer acima dos 7% por ano e que, em 2020, poderá duplicar por conta do início da exploração do gás natural em Cabo Delgado, além do aumento da população, actualmente estimada em mais de 25 milhões de pessoas, mas que deverá subir nos próximos cinco anos para 30 milhões.

"Moçambique será um dos países mais promissores na próxima década", prevê Jorge Reis, encontrando-se no início de uma fase de consumo crescente de cimento 'per capita', um percurso já realizado por vários países, incluindo Portugal, onde as principais infra-estruturas estão feitas.

Este investimento é revelado um dia depois de o grupo turco Limak Holding ter anunciado que vai investir 132 milhões de euros na construção de duas fábricas de cimento em Moçambique, com capacidade de processamento de dois milhões de toneladas por ano.

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