China vai continuar a impedir grandes accionistas de venderem acções

Mercados europeus e petróleo seguem em queda.

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Mercados accionistas chineses continuam com forte intervenção governamental. Foto: Andrea Comas/Reuters

As autoridades chinesas vão continuar a intervir no mercado accionista e preparam-se para prolongar o actual impedimento de venda de acções por parte de accionistas que detenham participações superiores a 5%, que terminaria nesta sexta-feira.

A notícia está a ser avançada pelo Financial Times, que por sua vez cita a agência de notícias oficial chinesa. De acordo com a referida agência, o prolongamento da proibição está inserida num conjunto de medidas que a Comissão Reguladora do Mercado de Valores da China (CRMV), reguladora do mercado de capitais chinês, têm em preparação, e que visam estabilizar as bolsas. Não é avançada uma data para o anúncio das novas medidas.

As principais bolsas chinesas, Shangai e Shenzhen, arrancaram o ano da pior maneira, com quedas que chegaram a 7%, e que poderiam ser maiores se o encerramento da sessão não tivesse sido antecipado em mais de uma hora.

A empolar a queda na primeira sessão do ano esteve o receio de aumento da venda de acções até agora bloqueadas, e que, sem nova proibição, poderiam ser transaccionados já na próxima segunda-feira. Em causa estão mil milhões de títulos, que estão bloqueados desde 8 de Julho do ano passado.

A nova proibição de negociação daquelas acções deverá ter contribuído para a subida das bolsas na sessão desta quarta-feira: Xangai fechou com uma valorização de 2,25%, e Shenzhen ganhou 2,24%.

A ajudar está também a intervenção de grandes fundos soberanos, que receberam ordem para intervir activamente no mercado.

Paralelamente às medidas às medidas do supervisor da bolsa, e para além da injecção de 130 mil yuan (cerca de 18.500 milhões de euros) no mercado, feita esta terça-feira, o Banco da China (PBOC) voltou a cortar a taxa de referência da moeda chinesas, o que pode indiciar futuras desvalorizar a moeda, que está em mínimos de 2011. Estas medidas pretendem acelerar o crescimento da economia chinesa, numa altura em que alguns indicadores estão a abrandar.

As intervenções governamentais tem tido a vantagem de criar alguma estabilização nos  mercados, mas também cria receios junto de investidores internacionais sobre a liberalização da economia chinesa.

Os mercados accionistas europeus, que têm sido fortemente influenciados pelo andamento dos congéneres asiáticos, abriram hoje negativos.

A preocupar os investidores está ainda o anúncio da Coreia do Norte que realizou o primeiro ensaio nuclear com uma bomba de hidrogénio e a queda do petróleo brent para mínimos de 12 anos.

A bolsa de Lisboa segue a perder perto de 1%, em linha com os restantes índices europeus.

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