“Chave de crescimento” da Zon Optimus é o mercado português

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Miguel Almeida promete uma nova marca para o grupo Nuno Ferreira Santos

O presidente da Zon Optimus, Miguel Almeida, afirmou esta sexta-feira que a prioridade da empresa é o mercado português e que qualquer operação internacional terá de garantir um impacto significativo nas receitas e EBITDA da Zon Optimus.

“A chave do crescimento será sempre o mercado doméstico, ainda que tenhamos consciência que as perspectivas de crescimento em Portugal são limitadas”, disse Miguel Almeida. O presidente da operadora revelou que a quota de mercado da empresa com a fusão é de 25% e o objectivo a cinco anos é crescer até mais cinco pontos percentuais, apostando essencialmente na oferta convergente (Zon4i).

O objectivo é reforçar em todos os segmentos de mercado através de três eixos: acelerar e promover a convergência, consolidar a liderança na televisão por subscrição e reforçar a competitividade no segmento pessoal, explicou.

Referindo-se à operação de TV por subscrição em Angola e Moçambique, ZAP, como “uma história de sucesso”, Miguel Almeida garantiu que a Zon Optimus “é capaz de replicar noutros mercados o mesmo modelo de sucesso que em Portugal”, mas “a prioridade será sempre o mercado nacional”.

Miguel Almeida, que falava esta quinta-feira na apresentação do plano estratégico da empresa, adiantou que novas operações internacionais terão de “ser suficientemente grandes para contribuir significativamente” para os resultados da Zon Optimus em EBITDA e receitas.

A Zon só entrará em empresas que possa controlar, ou, no mínimo, repartir o controlo, e estará aberta a parcerias locais ou internacionais para criar valor accionista.

Referindo-se à Zon Optimus como “uma nova empresa que é muito mais do que uma fusão”, o gestor adiantou que estas marcas vão “desaparecer dentro de meses” para dar lugar “a uma nova marca” que traduz esta nova entidade, “com um novo posicionamento e grandes ambições”.

O CEO da Zon Optimus disse, ainda, que a empresa vai assumir-se como “uma referência no mercado em termos de eficiência”, já que conseguirá “ir além” das sinergias totais previstas de 400 milhões de euros “quando a integração estiver concretizada”, atingindo 800 milhões (custos e investimento), antes de impostos. As sinergias serão conseguidas essencialmente através de poupanças em IT e redes.

O administrador financeiro da empresa, José Pedro Pereira da Costa, adiantou que estas sinergias terão um impacto nos custos em torno de 80 milhões a 90 milhões de euros de forma anualizada.

Miguel Almeida rejeitou comentar cenários de consolidação no mercado português envolvendo a Vodafone e a Oni e Cabovisão, mas foi taxativo ao dizer que a empresa não está a planear qualquer aquisição em Portugal.

A remuneração accionista da Zon Optimus é uma questão que se mantém em aberto. Miguel Almeida adiantou que a empresa “não está a divulgar” qualquer informação sobre os dividendos, mas o administrador financeiro da empresa sublinhou que esta se manterá “interessante”, desde que a empresa seja capaz de cumprir os seus objectivos de manter um endividamento de 1,5 a 2 vezes o EBITDA. Ainda assim, admitiu que esta meta poderá ser revista se surgir uma oportunidade de investimento no mercado internacional “que o justifique”.

Sobre investimento, os responsáveis da Zon Optimus explicaram que a meta é cablar mais 400 mil casas nos próximos dois anos. No plano a cinco anos, a meta de investimento anual deverá rondar, em média, os 245 milhões de euros por ano, mas o maior esforço de investimento irá ocorrer nos primeiros dois-três anos pela necessidade de completar a integração e reforçar as infra-estruturas.

Na mesma apresentação, o líder da Zon Optimus sublinhou que a empresa já está a recrutar colaboradores para reforçar, directa e indirectamente, a sua força comercial e garantiu que o número de despedimentos resultantes da fusão não chegou à centena. A redundância de funções “foi maior na administração e direcções de primeira linha”, explicou.

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