CGD sai da área de saúde com mais-valias de 40 milhões de euros

A venda da área de saúde e dos seguros, do Grupo CGD está prevista no memorando de entendimento. Mas a privatização dos seguros pode ser parcial.

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Norberto Rosa preside à Caixa Seguros e Saúde Foto: Carlos Lopes/Arquivo

A venda da HPP à brasileira Amil marca o final da relação do Grupo CGD com o ramo da saúde, com um saldo positivo de 40 milhões de euros, disse nesta sexta-feira à agência Lusa o vice-presidente Norberto Rosa.

“A venda da HPP permitiu um resultado positivo em termos consolidados na ordem dos 40 milhões de euros”, disse o banqueiro, no dia em foi formalizada a alienação da Hospitais Privados de Portugal (HPP) por 85,6 milhões de euros.

Este valor poderá ainda subir mais 6 milhões de euros, face à evolução do EBITDA (lucro operacional) da empresa que agregava os interesses da CGD na área da saúde durante os próximos anos.

“Se a trajectória de melhoria do EBITDA da HPP Saúde, iniciada o ano passado, continuar, a CGD receberá mais 6 milhões de euros”, avançou Norberto Rosa, confirmando que, a partir de agora, o grupo deixa de ter qualquer participação na saúde.

A CGD entrou na área da saúde há 13 anos, quando adquiriu a seguradora Mundial Confiança, em 2000, que na altura detinha o Hospital Ortopédico.

Desde então, já sob o controlo da CGD, passou a incorporar seis hospitais em todo o país (Hospital da Boavista, Hospital da Misericórdia de Sangalhos, Hospital dos Lusíadas, Hospital de Santa Maria de Faro, Hospital de Albufeira e Hospital São Gonçalo de Lagos, bem como a Clínica Fórum Algarve).

A venda da área de saúde, assim como dos seguros, do Grupo CGD estava prevista no memorando de entendimento entre Portugal e a troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), no âmbito do programa de apoio internacional ao país.

Norberto Rosa fez questão de frisar que esta venda foi “um processo muito transparente, guiado pelos critérios financeiro e de sustentabilidade da operação”.

Segundo o responsável, além de ter apresentado “a melhor proposta em termos financeiros”, a Amil “tem um modelo de negócio activo e com sucesso no Brasil que pode trazer valor acrescentado ao negócio da saúde no sector privado”.

Depois de ter sido anunciada ao mercado em Novembro último, a operação de privatização foi agora fechada, depois de receber a necessária luz verde das autoridades.

Além da Autoridade da Concorrência, também o Ministério das Finanças e o Ministério da Saúde – já que o Hospital de Cascais é uma parceria público-privada – aprovaram o negócio.

No comunicado divulgado acerca da concretização da venda, Norberto Rosa, que além de vice-presidente do Grupo CGD, com o pelouro financeiro, preside a Caixa Seguros e Saúde, realçou “o sucesso que tem vindo a ser alcançado na alienação em mercado de activos nacionais, atraindo o interesse de diversos investidores, num contexto particularmente desafiante que a economia nacional vive”.    

Privatização dos seguros pode ser parcial

O Grupo CGD continua a preparar a venda da área seguradora, mas esta operação poderá ser apenas parcial, disse ainda Norberto Rosa.

“Pode não ser uma alienação da área [dos seguros] toda”, avançou o responsável.

Segundo Norberto Rosa, a venda dos seguros “é um processo mais complexo” do que a venda da área de saúde, até porque existem ramos distintos (Vida e Não vida), além da nova seguradora dedicada aos produtos financeiros.

“Queremos assegurar que não vai haver destruição de valor para a CGD”, explicou, acrescentando que estão a ser ponderados “vários factores para garantir que a venda não traz prejuízos” para o grupo.

O principal objectivo do banco estatal é a “maximização” do encaixe desta privatização para os cofres da CGD, até porque as seguradoras do grupo são líderes de mercado em Portugal, com uma quota superior a 30%.

 

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