CGD encerra parte da corretora brasileira comprada ao Banif

Encerramento do negócio de corretagem institucional já foi comunidade às autoridades brasileiras.

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Com a compra ao Banif, a CGd pretendia reforçar negócio com investidores institucionais, agora encerrado. ANTÓNIO BORGES

A Caixa Geral de Depósitos vai fechar uma parte do negócio de corretagem no Brasil, comprado há três anos ao Banif, por cerca de 80 milhões de euros.

A outra parte do negócio de corretagem, a área de retalho, aguarda autorização das autoridades brasileiras para ser integrada na Rico, plataforma de investimentos da Octo CTVM, no âmbito de um processo de fusão em que a CGD ficará com 51% do capital.

O negócio de compra da corretora do Banif foi polémico, pelo valor envolvido e pelo facto de a aquisição ter sido feita por Jorge Tomé, à época presidente do Caixa Banco de Investimento (Caixa BI), que pouco tempo depois foi convidado para presidir ao Banif, cargo que ainda ocupa. À altura do negócio, Jorge Freire Cardo era presidente executivo da Caixa BI e  Rodolfo Lavrador era presidente do Caixa Geral-Brasil.

O encerramento da unidade, que implicará o despedimento de 70 trabalhadores, já foi comunicado às autoridades brasileiras, designadamente ao Banco Central (Bacen) e à BMF/Bovespa, supervisora da bolsa brasileira.

Na nota divulgada no Brasil, o banco público português informa que “iniciou o processo de encerramento de suas actividades de corretagem de atacado [negócio institucional]”.  A instituição adianta que “a decisão foi tomada a partir da análise do cenário económico do país para este sector, actualmente pouco favorável ao perfil de serviços oferecidos pela empresa”.

“O encerramento das actividades será gradual”, refere a nota, que acrescenta que “todos os compromissos da CGD Securities serão cumpridos, tanto com os clientes e parceiros, que terão prazos contratuais cumpridos, quanto com os funcionários, que receberão seus direitos trabalhistas como preconiza a Consolidação das Leis Trabalhistas”.

Aquando da aquisição do negócio, em 2011, a CGD sustentou, em comunicado, que a corretora seria “uma importante ferramenta para as suas actividades no Brasil junto de particulares, empresas e investidores institucionais".

Em esclarecimento enviado esta quinta-feira ao PÚBLICO, a CGD destaca que a actividade de corretagem institucional que não havia sido integrada na RICO " tem uma dimensão reduzida".

Acrescenta que "a CGD Securities, detida em 50% pelo Caixa Banco de Investimento e em 50% pelo Banco Caixa Geral Brasil, continuará a apostar no Brasil e a actuar no mercado de corretagem de retalho, através da RICO".

 A fusão entre a Rico (Octo) e o home broker (negócio de retalho) da DirectaInvest (ex-Banif), agora do universo CGD Securities, foi anunciada em Julho passado. De acordo com um comunicado do banco português, a fusão cria a segunda maior corretora independente de retalho do Brasil, com 90 mil clientes.

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