Restauração "chocada" com aumento do IVA

Já a Confederação do Comércio e Serviços diz que Governo desperdiçou oportunidade de fazer uma verdadeira reforma do Estado.

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IVA aumenta para 23,25% Renato Cruz Santos

A restauração está em choque com o aumento do IVA para 23,25%, inscrita no Documento de Estratégia Orçamental (DEO). O sector diz que não vai baixar os braços para travar o agravamento do imposto sobre o consumo.

O vice-presidente da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) lamenta que o "Governo não tenha tido a sensibilidade de repor o IVA da restauração nos 13%" e diz que o sector "está chocado" com a medida. "É a economia que vai sofrer com este aumento, porque vai ter de ser suportado por inteiro pelas empresas", referiu Júlio Vicente.

A AHRESP diz que vai continuar a reivindicar uma redução da taxa aplicada ao sector, apesar das intenções do Governo. "Não vamos baixar os braços e vamos fazer questão que os empresários não se esqueçam das políticas que têm sido seguidas por este Governo", referiu o vice-presidente da associação.

O responsável criticou ainda o aumento da taxa social única (TSU) em 0,2 pontos percentuais. "Esta medida acaba por ser mais um factor de desmotivação para os trabalhadores, que já são afectados pelos parcos salários que levam para casa", lamentando o facto de os empresários também estarem numa situação difícil, com "constrangimentos em pagar salários e aos fornecedores".

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) também foi apanhada de surpresa pelo aumento de IVA. Ao PÚBLICO a secretária-geral da confederação diz que o documento reflecte “um conjunto de opções surpreendentes”, especialmente o agravamento do imposto sobre o consumo. E teme que a medida “tenha consequências na economia”.

“A ligeira melhoria que se tem vindo a registar na economia sofrerá um retrocesso por via destes novos agravamentos”, afirmou Ana Vieira, numa referência ao aumento do IVA e da TSU, cujos proveitos servirão para financiar o sistema de pensões.

“Pensámos que estaríamos na altura de aprofundar um conjunto de reformas e de colher os frutos dessas reformas, mas as mais importantes não estão feitas, nomeadamente a da Segurança Social. O Governo desperdiçou três anos nesta área”, acrescentou Ana Vieira.

 

 

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