Cartas ao director

Descaro face ao Orçamento

Há apreciações sobre o OE 2017 para todos os gostos e emblemas partidários. O CDS, pela voz de Assunção Cristas diz que é um horror. No PSD afirma Passos passado Coelho: “continua a austeridade, agora de Esquerda.” O PS, gaba-se em causa própria. Mas cortar mais de 10% no Ambiente recorda-nos o recente diabo. O PCP tem engolido algo que atrás combatia, sendo força integrante para algum alívio relativo a milhões de concidadãos que sofreram com a demolição social! O Bloco de Esquerda, pela voz de Catarina Martins tem tido a garganta embuchada, tendo o partido contribuído para que a democradura ficasse menos enviesada. O PCP, PEV e BE deitaram água na fervura. Nos OE2012/13/14 e 15 tiraram-nos a carne e o peixe, dando lavagante aos mesmos. O descaro destes face ao OE17 é total. O OE17, tem pouca carne e peixe.

Vítor Colaço Santos,  S. João das Lampas

Hipocrisia não rima com democracia

Vivemos em Portugal num clima de relativa paz social, sem crispações entre órgãos de soberania e com alguma esperança que possamos, finalmente, fazer ouvir a nossa voz na Europa e no mundo. A direita que nos governou, que não criou paz social, que trouxe conflitos sérios com o Tribunal Constitucional e que foi subserviente com a Europa e com o resto do mundo, proclama, agora, qual virgem ofendida, a sua paixão pela justiça social e pela luta contra a pobreza e desigualdade. O povo português não é estúpido e já não vai em cantos de sereias nem em hipocrisias de última hora. Sabe que este governo não é o melhor do mundo mas que não se pode comparar com aquela arrogância governamental de outrora, fruto de uma certa imaturidade democrática e cultural, dos canudos fast-food e das “universidades de verão”. Temos o governo possível neste momento histórico difícil que, com o apoio responsável de toda a esquerda, tenta remar contra a maré direitista que varre a Europa e o mundo e contra o populismo dos arautos da desgraça. 

José Carlos Palha, Gaia

Exportações

No Orçamento de 2017, o governo prevê aumento das exportações de 4,1%, superando o de 2016. Estas previsões parecem-me demasiado optimistas e estão sujeitas a condicionantes que pelos vistos não irão correr de feição ao executivo.

O comércio mundial irá crescer abaixo do previsto e os nossos principais parceiros da zona Euro apresentam excedentes da balança corrente de serviços e capitais. Por outro lado, as economias emergentes, com destaque para Angola, Brasil, Venezuela, Moçambique e Cabo Verde, enfrentam uma grave crise económica o que se reflecte nas suas importações. Além disso, o Brexit provocou uma depreciação da libra de 15%, o que agrava o custo das nossas exportações para as empresas britânicas e reduz o poder de compra dos britânicos. Acrescem os problemas com o embargo à Rússia e o abrandamento económico da China. Por último, os danos reputacionais da Volkswagen poderão afectar a produção da Autoeuropa.

João António do Poço Ramos, Póvoa de Varzim

 

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