Carlos Moreira da Silva regressa à administração da Sonae indústria

Empresa tem em curso um aumento de capital para financiar plano de reestruturação.

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Carlos Moreira da Silva, regressa a uma empresa que conhece bem. FERNANDO VELUDO/NFACTOS

Carlos Moreira da Silva está de regresso à Sonae Indústria, numa altura em que a empresa controlada pelo empresário Belmiro de Azevedo tem em curso um aumento de capital de 150 milhões de euros, importante para o financiamento do plano de reestruturação em curso.

Moreira da Silva, presidente da Sonae Indústria durante um longo período de tempo, regressa ao conselho de administração “como membro não executivo e membro da Comissão de Auditoria e Finanças”, informou a empresa, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Com esta designação o Conselho de Administração procura agregar "pessoas de reconhecida competência e experiência na área industrial, com vista ao desenvolvimento da estratégia da Sonae Indústria”, adianta o comunicado.

Moreira da Silva regressa pela terceira vez à Sonae Indústria, uma empresa que conhece bem, já que esteve ligado a momentos-chave da companhia, designadamente à expansão internacional na década de 90, através da compra da espanhola Tafisa e da alemã Glunz, que lhe garantiram uma dimensão multinacional.

A última saída da Sonae Indústria ocorreu em 2005, para assumir o controlo da Barbosa & Almeida (BA), através de uma operação de management buy out, facilitada pela Sonae, que entretanto lhe cedeu o controlo do negócio.

Para além da BA, que através de algumas aquisições se tornou num player da indústria vidreira europeia, Moreira da Silva esteve ligado à espanhola La Seda, empresa onde entrou já num quadro de falência e que se encontra actualmente em liquidação.

O regresso do gestor à Sonae Indústria acontece num momento difícil para a empresa, pela acumulação de vários exercícios com prejuízos e um nível de endividamento elevado, numa conjuntura macroeconómica desfavorável à empresa, muito dependente do sector da construção e do imobiliário.

Os resultados do terceiro trimestre, divulgados esta quarta-feira, permanecem na senda negativa, com os prejuízos até Setembro a ascenderem a 47 milhões de euros, mais 5% do que em igual período do ano passado. O volume de negócio caiu 6%, para 856 milhões de euros. Já o EBITDA aumentou 30%, para 65 milhões de euros e o EBITDA recorrente subiu 5%, para 66 milhões de euros.

A empresa tem em curso um aumento de capital, no montante de 150 milhões de euros, a realizar a preço de subscrição de 0,01 euros por acção. A negociação de direitos, que decorre até à próxima quarta-feira, continua a ser marcada por uma forte desvalorização. Esta quinta-feira negociaram-se três milhões de direitos e o valor de fecho foi de 0,005 euros.

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