Carlos Costa sem direito de voto no BCE entre Agosto e Outubro do próximo ano

Sistema de rotatividade dos votos no banco central entra em vigor em Janeiro e Alemanha não vota em Maio.

Foto
Carlos Costa vai estrear um novo modelo, que o obriga a uma audição parlamentar antes de ser oficialmente reconduzido Jorge Miguel Gonçalves/NFactos

O governador do Banco de Portugal não vai exercer o seu direito de voto no conselho do Banco Central Europeu durante o período de Agosto a Outubro de 2015, anunciou nesta quinta-feira a autoridade monetária sedeada em Frankfurt.

A partir do início do próximo ano, com a entrada da Lituânia no euro e a subida para 19 do número de países representados no conselho de governadores do BCE, o banco central passará a adoptar um sistema rotativo de votos, em que a cada mês quatro dos governadores ficam sem o seu direito de voto em decisões como a escolha do nível das taxas de juro ou outras medidas de carácter extraordinário. Um dos quatro países é escolhido entre as cinco maiores economias da zona euro (Alemanha, França, Itália, Espanha e Holanda), os outros três entre os restantes 14 países, onde está incluído Portugal.

A forma como irá ser feita a rotatividade foi agora determinada por sorteio. Carlos Costa, o governador do Banco de Portugal não irá votar nos meses de Agosto, Setembro e Outubro de 2015. Em Janeiro, os primeiros a perder o voto serão os representantes da Espanha, Estónia, Irlanda e Grécia.

Como o sentido de voto dos governadores não é tornado público, não é claro qual o impacto que a ausência de determinados países (em Janeiro, três países da periferia não votam) pode ter na tomada de decisões do BCE.

A Alemanha, um dos países onde o facto de perder temporariamente o direito de voto foi alvo de mais críticas, fica fora das decisões do conselho em Maio, o que já levou alguns analistas a prever que poderá ser nessa altura que o BCE avançará para um programa de compra de dívida pública semelhante ao realizado pelos outros principais bancos centrais mundiais.

A Alemanha tem votado contra em diversas decisões tomadas pelo BCE, como, por exemplo, a mais recente decisão de lançar um programa de compra de activos baseados no crédito dos bancos às PME.

Sugerir correcção
Comentar