Carlos Costa revelou esta quarta-feira a convicção de que Portugal está a conseguir garantir uma situação de estabilidade financeira, não antecipando a existência de surpresas significativas na avaliação a que os bancos portugueses estão a ser sujeitos no âmbito da passagem de competências de supervisão para o Banco Central Europeu.

O Governador do Banco de Portugal, na intervenção que fez no decorrer do 20.ª Encontro SaeR, repetiu a ideia de que os exames que têm vindo a ser feitos pelo Banco de Portugal aos bancos portugueses durante os últimos anos não fazem prever o aparecimento de resultados negativos nos testes que agora serão feitos à escala europeia. "Não significa que não possa haver algumas diferenças de cálculos, mas tudo o que está a ser feito, por exemplo com a capitalização pública e privada, garante que estamos a caminhar para uma situação de estabilidade financeira", afirmou Carlos Costa.

O governador destacou o "trabalho intenso" que tem vindo a ser feito pelo Banco de Portugal nesta área, "em colaboração com os bancos". "Fazer testes de stress todos os três meses é uma tarefa difícil, por isso devo homenagear os quadros das instituições financeiras que são os nossos interlocutores", afirmou.

Uma das áreas referidas por Carlos Costa como tendo sido alvo de um esforço adicional do Banco de Portugal foi a "exigência de uma melhoria da qualidade dos modelos de Governo dos bancos". À saída da conferência, o governador declinou fazer qualquer comentário aos jornalistas, que o questionavam sobre a situação actual na administração do BES.