Bundesbank diz que economia alemã abrandou no quarto trimestre

Presidente do banco alemão criticou o mecanismo de supervisão bancária europeu.

O banco central alemão mantém as previsões para o crescimento económico em 2012, mas afirma que “os indicadores económicos registaram um ligeiro recuo” no quarto trimestre do ano, segundo um comunicado emitido esta segunda-feira por aquela instituição.

O Bundesbank aponta para um pior desempenho do sector industrial como o responsável pela atenuação do crescimento económico alemão, que no terceiro trimestre de 2012 se situou nos 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

As estimativas para o crescimento alemão em 2012 mantêm-se nos 0,7% do PIB. Em 2013, segundo o banco central alemão, a economia deve crescer a uma taxa mais baixa, de 0,4% do PIB, para retomar novamente a velocidade de crescimento em 2014, com uma subida de 1,9%.

De acordo com o comunicado divulgado esta segunda-feira, citado pelo jornal francês Les Echos, o Bundesbank prevê que a desaceleração económica alemã “não deve continuar por muito mais tempo”, à luz de uma “economia global que está a retomar ímpeto”.

Críticas ao mecanismo de supervisão
O semanário económico alemão Wirtschaftswoche publica também, nesta segunda-feira, uma entrevista ao presidente do Bundesbank, em que Jens Weidmann volta a criticar o mecanismo de supervisão bancária decidido na última reunião dos ministros das Finanças da União Europeia (UE).

“Não estou convencido de que o Banco Central Europeu (BCE) seja o melhor organismo para decidir se um banco deve ser encerrado ou não”, afirmou Jens Weidmann, citado pelo El País.

Para Weidmann, a política monetária e a supervisão bancária devem ser rigorosamente separadas no BCE, algo que o compromisso alcançado na última reunião dos ministros das Finanças da zona euro “não clarifica”.

Na semana passada, a reunião do Ecofin decidiu que o já anunciado mecanismo de supervisão bancária será posto em marcha em 2014 e que terá sob a sua alçada os 200 maiores bancos da UE.

Dentro dos cerca de 200 bancos europeus que ficarão directamente dependentes da supervisão do BCE, em Portugal encontram-se a CGD, o BCP, o BES e o BPI, os únicos que cumprem o requisito de terem activos acima dos 30 mil milhões de euros.

No seguimento da decisão dos ministros das Finanças da UE, Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, afirmou que a união bancária era um passo em frente” e que o banco central português não ficaria nem a perder, nem a ganhar com a decisão.
 

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