Bruxelas garante que TTIP ainda está a ser negociado

Vice-chanceler alemão tinha declarado que as negociações “fracassaram”. Comissão Europeia desmente.

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TTIP tem merecido críticas na Europa Wolfgang Rattay/Reuters

A Comissão Europeia e o porta-voz do governo alemão garantiram, nesta segunda-feira, que o polémico Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, na sigla inglesa) continua a ser negociado com os Estados Unidos.

O vice-chanceler alemão e também ministro da Economia, Sigmar Gabriel, tinha garantido no domingo que as negociações “fracassaram”, criticando as exigências feitas pelos EUA à Europa. Contudo, nesta segunda-feira, o porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, veio dizer que ainda é possível concluir o acordo. “Obviamente há diferenças de opinião” em assuntos como a protecção do ambiente e direitos do consumidor, mas as negociações “ainda não acabaram”, disse Steffen Seibert.

Por seu lado, Margaritis Schinas, porta-voz da Comissão Europeia, lembrou que as negociações do TTIP “levam o seu tempo”. Bruxelas está a fazer “progressos nas negociações”, cuja última ronda teve lugar em meados de Julho.

“As conversações estão agora num momento crucial porque há propostas para quase todos os temas que estão em cima da mesa e uma ideia quanto à forma do futuro acordo”, explicou. “Se as condições forem adequadas, a Comissão Europeia está disposta a fechar o acordo no fim do ano”, acrescentou, recordando que o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, já tinha dito que “não vai sacrificar os padrões europeus de segurança, sociais, saúde e de protecção de dados ou a diversidade cultural”.

Certo é que a expectativa de ver concluída com sucesso a negociação do tratado é cada vez menor. O prazo estipulado era até ao final do ano, coincidido com o fim da administração Obama mas é pouco provável que seja, de facto, cumprido.

As negociações tiveram início em 2013 e, só nos últimos seis meses, houve três rondas para limar arestas. No domingo, o vice-chanceler alemão adiantou que, nesta última ronda (a 14.ª) não houve qualquer entendimento sobre os 27 temas que estavam em discussão. Com Lusa

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