Brasil veio avaliar portos, vender aviões e estudar investimentos em Portugal

Vice-presidente brasileiro classificou como "importantíssimo" o investimento da empresa de aviação Embraer.

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Pedro Passos Coelho com o vice-presidente brasileiro Miguel Manso

Com uma agenda que incluiu encontros com o Presidente da República, o primeiro-ministro e o vice-primeiro-ministro, uma comitiva brasileira encabeçada pelo vice-presidente Michel Temer veio a Portugal estudar negócios. Um dos objectivos, explicou o governante, é “fazer um levantamento aqui em Portugal desta questão dos portos e entrosá-los numa actividade conjunta com os portos brasileiros”.

O vice-presidente brasileiro respondia com aquela frase a uma questão dos jornalistas sobre um eventual interesse de empresas brasileiras no terminal de contentores que o Governo anunciou ter intenção de construir no Barreiro, na margem sul do Tejo.

No grupo de empresas brasileiras que vieram a Lisboa estão empresas de videojogos, da indústria têxtil, editoras livreiras, produtoras audiovisuais e também a empresa de aviação Embraer, que já tem presença em Portugal e está a ponderar um novo investimento no país. O plano passará pela criação de uma terceira unidade de produção em Évora, num projecto que implica uma candidatura a fundos comunitários, ao abrigo do programa Portugal 2020.

Em declarações à imprensa, no encerramento do seminário empresarial Brasil-Portugal, em Lisboa, Meler classificou como “importantíssimo” o investimento e a actividade da Embraer em Portugal. E lembrou ainda que há interesse português em comprar aviões àquela fabricante. “A Embraer tem uma grande actuação hoje aqui em Portugal. Ainda há pouco tomei contacto com o eventual interesse de Portugal na compra de seis aviões [militares] KC-390. Se a Embraer está agindo em Portugal, é natural que Portugal, assim como o Brasil, comprem aviões construídos pela Embraer”, afirmou, adiantando que abordaria o tema na conversa com Pedro Passo Coelho.

Temer remeteu mais novidades sobre os planos brasileiros em Portugal para esta terça-feira, quando  serão assinados acordos no Palácio das Laranjeiras, onde funciona o gabinete de Paulo Portas.

Já sobre eventuais interessados no processo de privatização da TAP, Temer foi esquivo. “É um assunto de interesses privados”, disse, antes de referir que o Governo brasileiro tem incentivado “as empresas aéreas brasileiras a interessarem-se por esta privatização”. Pelo menos quatro companhias daquele país – Azul, Avianca, Gol e TAM – chegaram a ser dadas como tendo interesse na compra da TAP.

A privatização levou no ano passado a protestos e greves por parte dos trabalhadores e os pilotos decidiram recentemente convocar uma nova greve, para os primeiros dez dias de Maio. Entre as reivindicações está a pretensão a ficarem com uma parte do capital da empresa. À margem do evento, e questionado por jornalistas, o ministro da Economia, António Pires de Lima, voltou a apelar ao “bom senso” no que diz respeito à paralisação e afirmou que o acordo assinado pelo executivo e por nove sindicatos dos pilotos, há quatro meses, não é para sofrer alterações. “Sentámo-nos [à mesa de negociações] em Dezembro e acordámos o que tínhamos a acordar. Não há nada a modificar relativamente a este acordo”, afirmou peremptoriamente Pires de Lima.

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