BorgWarner inaugura fábrica em Viana do Castelo

O investimento da empresa que tinha desistido da unidade em Valença ascende a 25 milhões de euros.

Incentivos à fixação de empresas lançados em 2011 pela Câmara de Viana do Castelo evitaram a saída de Portugal da multinacional norte-americana BorgWarner, de componentes para automóveis, que esta sexta-feira inaugura nova fábrica naquele concelho.

"Ficámos muito satisfeitos por esta empresa não ter saído de Portugal. Estava inicialmente instalada no município vizinho de Valença mas, se não existissem condições para acolher a sua actividade noutra zona, teria abandonado o nosso país", sustenta José Maria Costa, presidente da câmara de Viana do Castelo.

A nova fábrica do sector automóvel, a inaugurar no parque empresarial de Lanheses representou um investimento de 25 milhões de euros. A unidade fabril vai empregar cerca de 650 trabalhadores, 550 dos quais transferidos da unidade que fechou em Valença a quem a empresa assegura, gratuitamente, o transporte, numa viagem diária de cerca de 100 quilómetros.

Para o presidente da Câmara de Viana do Castelo, este investimento "vem acrescentar valor" ao parque empresarial de Lanheses, que classificou de "referência", e onde estão instaladas outras "grandes" multinacionais do cluster eólico e do sector automóvel de países como Alemanha, Suíça e Espanha.

"Sabemos que a BorgWarner tem vindo a ganhar novos contratos internacionais e que poderá, num futuro próximo, avançar com novos investimentos", afirmou.

A nova fábrica tem, segundo fonte da multinacional, uma área total de 26.000 metros quadrados, mais "50% de espaço de produção" do que a fábrica de Valença e constitui, de acordo com o grupo, "um dos maiores investimentos da BorgWarner na Europa". Da área total do empreendimento, 15.000 metros quadrados são para a produção, sendo considerada a "base para a expansão e crescimento a longo prazo do grupo".

"O investimento justifica-se pela crescente procura em todo o mundo de tecnologias ambientalmente sustentáveis, destinadas à redução de emissões de gases nocivos e de consumo de combustível, bem como ao incremento de performance", sustentou fonte da empresa.

O grupo é um dos maiores produtores mundiais de acessórios para a indústria automóvel, com 60 fábricas instaladas em 19 países, onde a empresa tem um total de 19.700 trabalhadores. Em 2013, facturou 7400 milhões de euros, 3700 milhões só na Europa. Trabalha para praticamente todos os grandes construtores automóveis.

Em Viana do Castelo, a multinacional beneficiou de um conjunto de isenções de taxas de infraestruturas, apoios à aquisição de terrenos e acompanhamento de processos de licenciamento, entre outras medidas. Neste caso, a autarquia contratou ainda, um gabinete especializado, por 40 mil euros, para conceder apoio técnico à multinacional na construção da nova fábrica.

O pacote de incentivos municipais em vigor desde 2011 prevê ainda que se a empresa criar até 20 postos de trabalho fica isenta de 50% do valor total de taxas a liquidar. Se criar de 20 a 70 postos de trabalho, a isenção passa para 75% do valor total das taxas e, no caso de criar mais de 70 postos de trabalho, fica totalmente isenta de taxas.

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