Bolsa de Lisboa perdeu 3,21% em mais um dia de fortes quedas na Europa

Cotações em forte queda com fracas perspectivas económicas.

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Investidores fogem de activos de maior risco e atiram índices bolsistas para quedas elevadas.

A bolsa de Lisboa liderou nesta quinta-feira as quedas nas bolsas europeias, ao perder 3,21%, agravando uma sequência de oito sessões de fortes quedas nos mercados accionistas, em resultado dos maus indicadores económicos das economias do Velho Continente.

O principal índice da bolsa de Lisboa, o PSI 20, que ao longo da sessão chegou a perder 4,4%, encerrou com todas as cotadas em forte queda. A banca esteve entre os títulos mais perdedores, com o BCP e o Banif a perderem mais de 6%, e o BPI a deslizar 3,5%.

O CTT recuou mais de 6% e a Impresa mais de 7%. A REN, a Sonae e a Teixeira Duarte perderam mais de 5%.

As quedas foram generalizadas nos principais índices europeus, ainda assim em recuperação na recta final do mercado, que conseguiu colocar o Dax alemão, ainda que isolado, em terreno positivo, com uma valorização modesta de 0,13%. No início da sessão, o principal índice alemão esteve a perder 2,53%.

A forte recuperação da sessão reduziu a metade as perdas anteriormente apresentadas por vários índices europeus, com destaque para o Ibex espanhol, que encerrou a perder 1,72%, depois de um recua máximo de 4,72%.

O Cac de Paris esteve entre as bolsas que apresentou perdas elevadas, que chegaram a atingir 3,82%, e recuaram no final para 0,54%.

Os maus indicadores económicos, como a queda de actividade na Alemanha e as perspectivas de fraco crescimento para as economias europeias estão a levar os investidores a fugir de activos de maior risco, como são as acções.

A forte queda dos mercados accionistas é, para o presidente francês, François Hollande, uma consequência da “estagnação económica da Europa, da desaceleração da economia americana” e da instabilidade internacional, alocando, neste último factor, a situação na Ucrânia, do Oriente Médio e na África Ocidental [ébola].

Em forte queda estão ainda as cotações do petróleo, na sequência de menor procura e oferta abundante.

O brent, cotado em Londres e referência para Portugal, caiu esta quinta-feira para mínimos de quatro anos, abaixo dos 83 dólares o barril, para entrega em Novembro, o preço mais baixo dos últimos quatro anos. O crude cotado em Nova Iorque caiu abaixo dos 80 dólares, um valor que não era fixado desde 2012.

Sinais de turbulência também no mercado da dívida, a que não é alheia a vontade do governo grego, liderado por Antonis Samara, de querer antecipar o fim do programa de resgate financeiro, com os mercados a temerem que não capacidade de se financiar no mercado na totalidade. A intenção, que já mereceu a oposição dos parceiros europeus, na reunião do Eurogrupo da passada segunda-feira, fez aumentar os receios de crise política interna, que brevemente terá eleições presidenciais.

A reacção dos investidores à pretensão do governo grego foi negativa, com subida das taxas implícitas (yields) da dívida grega e da generalidade das dívidas dos países do Sul da Europa.

Ainda mercado da dívida, a emissão de dívida realizada esta quinta-feira pela Espanha deixou sinais preocupantes: o montante ficou abaixo do inicialmente previstos e com juros mais elevados num dos prazos.

O tesouro espanhol colocou 3,2 mil milhões de euros, contra 3,5 mil milhões inicialmente previstos, e os juros da emissão a 10 anos subiu ligeiramente, para 2,196%, contra emissão anterior a 2,075% (a 2 de Outubro). A 15 anos, os juros caíram face à última emissão, de 3,5% para 2,84%.

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