BiG com lucros semestrais de 52 milhões

Carlos Rodrigues dúvida que Grécia implemente as medidas de austeridade e dá como certa subida dos juros norte-americanos, o que se vai reflectir na actividade bancária nos próximos meses.

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A 30 de Junho de 2015 o total do activo do BiG cifrava-se em 1600 milhões de euros José Fernandes/Arquivo

Nos primeiros seis meses do ano, o Banco de Investimento Global (BiG) apurou um lucro de 51,6 milhões, o que traduz um acréscimo de 27% face ao mesmo período de 2014.

Numa nota enviada à comunicação social, o presidente do BiG, Carlos Rodrigues, salienta que a actividade no primeiro trimestre do ano foi favorecida pelas compras de activos por parte do BCE, mas mostra-se menos optimista com o futuro devido à “desconfiança sobre a capacidade” de a Grécia cumprir o plano de austeridade negociado com Bruxelas e o FMI e pela “ansiedade gerada” pela “quase certa” subida de taxas norte-americanas.

No mesmo esclarecimento, Carlos Rodrigues comenta a evolução dos resultados líquidos, de 51,6 milhões, observando que incorporam “uma diminuição da margem financeira líquida devida à compressão dos spreads, comissões líquidas que mais do que duplicaram, um aumento dos resultados líquidos de tesouraria e mercado de capitais, e uma redução nos custos de funcionamento em 18%”.

O banqueiro refere ainda que o produto bancário subiu para 138,3 milhões de euros, mais 12,5%, enquanto “os activos sob supervisão (depósitos de clientes, activos sob gestão e sob custódia), subiram 33%, para os 2851 milhões. A 30 de Junho de 2015 o total do activo do BiG cifrava-se em 1600 milhões, reflectindo um acréscimo de 19,6%, em parte devido a um crescimento dos activos remunerados.

Já os resultados antes de impostos passaram para 92,7 milhões, mais 26,5% do que no mesmo período de 2014. Depois de no segundo trimestre do ano, o BiG ter aumentado o capital de 104 milhões para 156 milhões (por incorporação de reservas), o resultado por acção apurado é de 0,33, uma melhoria de 27%, em cálculo de base equivalente.

Na opinião do presidente da instituição, reflectida na nota enviada à comunicação social, entre Janeiro e Março do corrente ano, a actividade bancária foi apoiada por um “ambiente operacional favorável” ao “beneficiar por antecipação do início de compra de activos (“quantitative easing”) pelo BCE”. Mas salienta que no trimestre seguinte o sector “foi afectado pela volatilidade criada com as negociações com a Grécia, receios de um aumento da taxa de juro pelo Banco da Reserva Federal dos EUA, sinais de fraco crescimento na China, e de uma generalizada desvalorização dos títulos de países europeus periféricos.” 

Os comentários de Carlos Rodrigues são acompanhados de uma avaliação sobre os sinais da actividade bancária em Julho: “De persistente desconfiança sobre a capacidade de implementação do terceiro resgate à Grécia e de ansiedade gerada pelo “timing” da quase certa subida de taxas pela Reserva Federal nos Estados Unidos até final do ano. Neste enquadramento esperamos condições de exploração bastante mais difíceis para o segundo semestre de 2015.”

No mesmo esclarecimento, Carlos Rodrigues garante ainda assim que o BiG se manterá “focado na manutenção dum balanço sólido e muito líquido, com níveis de solidez e eficiência que comparam muito favoravelmente com a média dos nossos parceiros nacionais, europeus, e internacionais”.

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