Beleza diz desconhecer intenções de Barroso ao envolver Constâncio no caso BPN

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Mira Amaral só se compromete, para já, a ficar com 750 funcionários do BPN público/arquivo

O antigo administrador do Banco de Portugal, Miguel Beleza, disse esta quarta-feira que o ex-governador daquela entidade, Vítor Constâncio, actuou como devia em relação ao BPN e sublinhou que o banco central não é uma autoridade policial.

"Com a informação de que o doutor Vítor Constâncio dispunha, a actuação que ele teve foi aquela que era possível tomar", afirmou, em declarações à agência Lusa.

Miguel Beleza foi um dos cinco subscritores de uma carta divulgada na quarta-feira em defesa do antigo governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, que surge cinco dias depois de algumas críticas feitas pelo antigo primeiro-ministro Durão Barroso.

Numa entrevista publicada sábado, no semanário Expresso, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, adiantou que, quando era primeiro-ministro (entre 2002 e 2004), chamou por três vezes o então governador do Banco de Portugal a São Bento para "saber se aquilo que se dizia do BPN era verdade", indicando possíveis irregularidades no banco nacionalizado pelo Estado português em 2008.

Embora admita não conhecer bem as afirmações de Durão Barroso, Miguel Beleza considera que as críticas que tem lido e ouvido sobre o assunto "não são justificadas".

Na carta assinada por Miguel Beleza, Teodora Cardoso, José da Silva Lopes, Artur Santos Silva e Rui Vilar e divulgada pelo PÚBLICO, os antigos administradores do Banco de Portugal lamentam a "imagem irrealista criada de um supervisor" e a "enorme confusão sobre a natureza dos bancos centrais e, em particular, das suas funções de supervisão bancária".

A carta, explicou Miguel Beleza, chegou-lhe às mãos "pela via do doutor Artur Santos Silva" e, pelo menos no seu caso, não será precedente para mais nenhuma medida. "No meu caso, pelo menos, não tenho nenhum outro objectivo, é apenas esta tomada de posição e para já ficamos por aqui", concluiu.

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