BCP vota fim dos direitos de preferência nos aumentos de capital

Medida tem a duração de três anos. Accionistas votaram também o fim da ligação histórica com a KPMG, substituída pela Deloitte.

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EDP detém 2,7%do BCP Pedro Cunha

Os accionistas do BCP, que se reuniram esta quinta-feira em assembleia geral, votaram favoravelmente a supressão dos direitos de preferência a que tinham direito até agora nos aumentos de capital. A medida, que implica que o aumento seja, no máximo, de 20% do capital, é válida por três anos. Esta iniciativa, que contou com a adesão de 97,8% do capital na reunião magna (os accionistas presentes representam cerca de 45% do total), foi debatida durante quase uma hora.

O fim da supressão dos direitos de preferência (em que seriam os primeiros a participar em aumento de capital) é visto como uma forma de facilitar a entrada de novos accionistas no capital do banco liderado por Nuno Amado. Depois de vários dias a subir, as acções do BCP voltaram a fechar hoje em terreno positivo nos 0,039 euros (+3,17%).

O maior investidor do BCP (que tem os direitos de voto blindados a 20%, e que terá de decidir sobre a manutenção deste mecanismo até ao final do ano, tal como o BPI, devido ao novo diploma do Governo) é a Sonangol, petrolífera estatal angolana, com 17,8%.  Segue-se, a larga distância, o espanhol Sabadell, com 5%, e a EDP, com 2,7%.

Antes, os accionistas tinham já votado favoravelmente o fim da relação histórica do banco com a KPMG, que será agora substituída pela Deloitte. A proposta teve a adesão de 94,99% dos presentes. Outra hipótese era a PwC, mas angariou apenas 4,98% dos votos.

Um dos pontos-chave da assembleia geral desta quinta-feira é a votação da operação que irá permitir a fusão de acções, fazendo subir o valor unitário. No global, haverá menos títulos, mas mais valiosos (deixando a casa dos cêntimos), sem que haja alterações accionistas. O reagrupamento das acções prevê a aplicação de um quociente de 1 para 193. Por exemplo, ao valor de hoje, um investidor que detenha 193 acções a 0,039 euros passaria a ter uma acção avaliada pelo mercado em 7,527 euros. com Luís Villalobos

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