BCP reforça capital até 1,3 mil milhões e Fosun assume 30%

Aumento de capital decorre entre 19 de Janeiro e 2 de Fevereiro

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Mandato da gestão executiva liderada por Nuno Amado está na recta final Miguel Manso

O Banco Comercial Português (BCP) vai aumentar o capital até 1,3 mil milhões de euros, numa operação que começa a 19 de Janeiro, e que deverá possibilitar ao investidor chinês Fosun subir a sua posição para cerca de 30%. O dado já foi confirmado pela instituição que informa ainda que o preço de subscrição de 0,094 euros reflecte um desconto de 38,6% face à cotação desta segunda-feira.

A decisão foi tomada esta tarde, de 9 de Janeiro, em Conselho de Administração presidido por António Monteiro, que aprovou ainda a nomeação de João Nuno Palma, para se sentar na Comissão Executiva liderada por Nuno Amado. A cooptação do ex-CFO da CGD, da equipa de José Matos, já tinha sido noticiada pelo PÚBLICO, mas só agora foi formalizada.

Para além de João Nuno Palma, o maior accionista, a Fosun, vai nomear um segundo representante, este chinês, Lingjiong Xu, que não terá funções executivas.

A Fosun (dona da Fidelidade, adquirida à CGD, quando Palma era administrador) possui cerca de 16,7% do maior banco privado português, posição que se admite que possa subir para cerca de 30%. Está previsto um investimento da ordem dos 400 milhões, a que somam os 174,58 milhões aplicados em Novembro quando adquiriu a actual participação.

Sublinhe-se que a Fosun fez saber que pretendia atingir 30% do BCP, antes de Nuno Amado liquidar junto do Estado a última fatia de 750 milhões do empréstimo estatal que recebeu em 2012.

O aumento de capital do BCP viabilizado esta tarde pelos grandes accionistas sentados na administração, que pode ir até 1,3 mil milhões, deverá permitir cumprir esta exigência. O financiamento público, por subscrição de obrigações contingentes convertíveis (CoCo’s), chegou a totalizar três mil milhões quando foi contratualizado e terá de ser pago na totalidade (restam 750 milhões) até Julho deste ano.

O aumento de capital de 4,269 mil milhões para 5,601 mil milhões começa a 19 de Janeiro e termina a 2 de Fevereiro e tem tomada firme (na parte não subscrita pela Fosun) por um sindicato bancário encabeçado por dois bancos de investimento norte-americanos, a J.P. Morgan e o Goldman Sachs, e que integra ainda o Bank of America, a Merril Lynch, o Credit Suisse e o Mediobanca.  

Com o mandato a entrar na recta final, (termina em Março de 2017) a actual gestão executiva liderada por Nuno Amado está em vias de dar por concluído um processo longo de recapitalização e de redefinição accionista, com a entrada da Fosun, saída do Sabadell e redução da presença da Sonangol.

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