BCE começa a comprar dívida titularizada em Novembro
Este mês, a autoridade monetária já começou a adquirir obrigações hipotecárias, para combater os riscos de deflação e dinamizar a economia.
O Banco Central Europeu (BCE) informou esta quinta-feira que começará em Novembro a comprar dívida titularizada designada como asset-backed securities (ABS) e que contratou quatro gestores de activos para que executem as aquisições.
Em comunicado, o BCE referiu que "as compras devem começar em Novembro" e que as empresas gestoras de activos que executam as aquisições são a Amundi and Amundi Intermédiation, Deutsche Asset & Wealth Management International, ING Investment Management e State Street Global Advisors.
O presidente do BCE, Mario Draghi, anunciou no início de Setembro que a instituição lançaria a partir de Outubro um programa de compra de activos para apoiar o crédito e dinamizar a economia da zona euro.
Esse programa teve início a 20 de Outubro com a aquisição de obrigações hipotecárias e numa semana a instituição adquiriu títulos no valor de 1704 milhões de euros.
As obrigações hipotecárias são títulos de dívida que têm como garantia os empréstimos concedidos por bancos a empresas ou famílias, neste caso para compra de habitação. Os ABS são títulos financeiros derivados, constituidos a partir da formação de pacotes de empréstimos que os bancos têm em carteira.
Com este programa de compra de activos, a autoridade monetária da zona euro tentar combater os riscos de deflação que se têm vindo a acentuar nos últimos meses, e dar algum ânimo à economia do espaço da moeda única, que dá sinais de estagnação.
Na quarta-feira, após dois dias de reunião do comité de política monetária, a Reserva federal norte-americana decidiu pôr termo a três anos de um programa de estímulo económico que consistia na compra de dívida soberana para injectar directamente dinheiro na economia. A Fed promete, no entanto, que vai manter a política de taxas de juro perto do zero por um período de tempo considerável.
Este programa, conhecido como quantitative easing, tem sido apontado como indispensável para tirar a economia do euro do marasmo, mas mecere uma firme oposição por parte da alta liderança alemã.