Barroso confiante no regresso de Portugal aos mercados

Presidente da Comissão Europeia considera que, apesar de “difíceis”, os programas de resgate são a única solução para países com níveis de endividamento “insustentáveis”.

Foto
Barroso defendeu a combinação dos planos de ajustamento com medidas para o crescimento JOHN THYS/AFP

O presidente da Comissão Europeia apontou nesta quarta-feira, em Bruxelas, a correcção do défice e a recente emissão de dívida como resultados positivos do programa de ajustamento português e mostrou-se confiante no regresso de Portugal aos mercados.

José Manuel Durão Barroso, que falava num debate no Comité Económico e Social Europeu, afirmou que, em Portugal, apesar de alguns indicadores permanecerem negativos, há “elementos positivos” que resultam da aplicação do programa de ajustamento.

“Há também elementos positivos em relação a Portugal, nomeadamente a correcção do défice externo. É impressionante. Esta correcção é um dos grandes sucessos de sempre na economia portuguesa, para não falar da bem-sucedida operação de regresso parcial aos mercados que aconteceu recentemente”, afirmou o presidente da Comissão Europeia.

Durão Barroso mostrou-se também confiante no regresso de Portugal aos mercados: “A Irlanda, se não houver qualquer incidente, vai regressar aos mercados este ano. Portugal tem uma possibilidade muito boa de alcançar este objectivo”.

O presidente da Comissão Europeia respondia a Carlos Manuel Trindade, membro do Comité Económico e Social Europeu e da Comissão Executiva do Conselho Nacional da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP-IN), que o interpelou sobre a aplicação do programa de assistência financeira português, afirmando que este está a ter “consequências catastróficas”.

Ainda sobre a aplicação dos programas de resgate, Durão Barroso sublinhou a importância de “não perder a confiança nos esforços que estão a ser feitos” pelos Estados-membros sob programa – Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha (abrange apenas a banca) –, defendendo que “não há formas fáceis” de estes países corrigirem os seus desequilíbrios.

Apesar de “difíceis”, argumentou, os programas de resgate são a única solução para países com níveis de endividamento “insustentáveis” e pouco competitivos.

Por último, o presidente da Comissão Europeia reiterou a necessidade combinar os programas de ajustamento com medidas destinadas a fomentar o crescimento.
 

Sugerir correcção
Comentar