Barclays despede presidente executivo

Banco cortou milhares de empregos nos últimos anos, como parte de uma estratégia de redução de custos.

Foto
Processo de rescisões arrancou a 15 de Março Mafalda Melo/Arquivo

O banco britânico Barclays decidiu despedir o presidente executivo, Antony Jenkins, e colocar temporariamente no lugar o presidente do conselho de administração, John McFarlane, que chegou à instituição há menos de dois meses.

A mexida na cúpula do banco não implica nenhuma alteração estratégica, informou a instituição, em comunicado. “Os administradores não executivos (…) concluíram que é preciso uma nova liderança para acelerar o ritmo da execução e que John McFarlane é idealmente qualificado neste aspecto até ser nomeado um sucessor permanente”, lê-se no documento. “Este acontecimento não assinala nenhuma grande mudança na estratégia”.

A nota acrescenta que o banco “reconhece a contribuição feira por Anthony Jenkins como presidente executivo ao longo dos últimos três anos, em circunstâncias incrivelmente difíceis para o grupo”.

O recém-nomeado McFarlane, porém, teve palavras mais duras para o qualificar desempenho do banco. “Aquilo de que precisamos é de melhorias no lucro. O Barclays não é eficiente. Somos pesados”, afirmou durante uma teleconferência, citado pela BBC. O executivo acrescentou que o banco precisa de ser “mais leve e mais ágil” e que “não há dúvidas de que é precisa uma mudança cultural urgente”.

O banco já iniciou o processo de procura de um substituto para Jenkins.

O Barclays, que tem operações em Portugal, tem adoptado nos últimos anos uma política de redução de custos, o que incluiu o despedimento de milhares de pessoas. Em 2014, o banco despediu cerca de 14 mil pessoas em todo o mundo e estão previstas mais reduções até 2016. Só o negócio de banca de retalho emprega quase 40 mil pessoas, a grande maioria das quais no Reino Unido.

Em Portugal – onde o banco já empregou 1600 pessoas e chegou a ser a instituição bancária estrangeira com mais agências –, o Barclays tem vindo a encolher a presença e já encerrou dezenas de balcões.

A afectar a reputação do banco recentemente esteve também o envolvimento no caso da manipulação da taxa libor, tendo sido o primeiro a ser condenado.

As autoridades financeiras do Reino Unido e dos EUA consideraram provado que o Barclays tinha manipulado a libor, um indicador que é usado para calcular as taxas de juros a que os bancos emprestam dinheiro uns aos outros e que, tal como a euribor, é usado em inúmeros produtos financeiros. A prática valeu ao banco multas em torno dos 360 milhões de euros.   

Sugerir correcção
Comentar