Os bancos nacionais melhoraram ligeiramente as condições de concessão de empréstimos a empresas e a particulares no segundo trimestre do corrente ano, revelam os dados do inquérito realizado pelo Banco de Portugal e divulgado nesta quarta-feira.

Para os próximos três meses, os bancos admitem que “os critérios de concessão de crédito ao sector privado não financeiro deverão permanecer globalmente sem alterações”.

Os resultados do inquérito aos cinco maiores bancos nacionais apontam para um aumento da procura de empréstimos ou linhas de crédito por parte de empresas, sendo mais notório no segmento das pequenas e médias empresas (PME). Já a procura de empréstimos por particulares permaneceu relativamente estável.

Para o terceiro trimestre, de um modo geral, os bancos não antecipam alterações significativas na procura de crédito por parte de empresas e particulares.

A menor restritividade na concessão de crédito ­– que pode ser realizada pela redução dos montantes pedidos, taxas mais elevadas, ou a exigência de garantias superiores – ocorreu, sobretudo, nos empréstimos de curto prazo e a PME.

A melhora das condições dos empréstimos teve na sua origem “a concorrência entre instituições bancárias e uma avaliação mais favorável dos riscos percepcionados”.

No segmento dos empréstimos a particulares, quer para aquisição de habitação, quer para consumo e outros fins, não foram reportadas alterações nos critérios de concessão de crédito.

Ainda assim, “alguns factores terão contribuído para uma menor restritividade, em especial uma avaliação mais favorável dos riscos”.

Apesar de as condições praticadas neste segmento terem permanecido relativamente estáveis, “algumas instituições reportaram alguns ajustamentos, no sentido de uma menor restritividade, em particular a diminuição dos spreads [margem comercial dos bancos] nos empréstimos de risco médio para aquisição de habitação”.

Para o terceiro trimestre de 2014, em termos gerais, as expectativas são de manutenção dos critérios de concessão de crédito ao sector privado não financeiro. No entanto, no segmento dos empréstimos a particulares para consumo e outros fins, um banco antecipa uma menor restritividade nos respectivos critérios.

A procura média de empréstimos ou linhas de crédito por parte das empresas registou um aumento, sobretudo no segmento das PME.

No mesmo período, a procura de empréstimos por particulares para aquisição de habitação e para consumo e outros fins manteve-se relativamente estável para a maioria das instituições inquiridas.

Os dados do inquérito global realizado aos bancos da zona euro, e coordenado pelo BCE, também revelam uma melhora das condições de crédito a empresas, como já não se via desde 2007.