Bancos estão a reduzir spreads nos empréstimos às empresas e à habitação

Procura de empréstimos deve aumentar nos próximos três meses, por parte de empresas e particulares.

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Concessão volta a facilitar a concessão de empréstimos para compra de habitação Paulo Pimenta

Os cinco maiores bancos nacionais estão a melhorar as condições dos empréstimos a empresas e a particulares, nomeadamente ao nível da redução dos spreads (margem comercial dos bancos), revela o Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito, divulgado esta terça-feira.

A redução dos spreads está a acontecer apenas nos empréstimos de risco médio, mas está a verificar-se nas operações a pequenas e médias empresas (PME) , a grandes empresas, e nos empréstimos a particulares para aquisição de habitação.

O inquérito de Junho mostra que no segmento do crédito à habitação, quatro instituições reportaram uma diminuição dos spreads aplicados nas operações de risco médio, uma redução que é explicada pela pressão concorrencial entre instituições. Neste segmento, apenas uma das instituições reportou também uma diminuição dos spreads nos empréstimos de maior risco.

Ainda neste domínio, há um indicador a evoluir de forma negativa, que foi reportado por uma instituição, e que se prende com um ligeiro aumento no rácio entre o valor da garantia e o montante do empréstimo a conceder.

Nos empréstimos a particulares para consumo e outros fins, as condições mantiveram-se relativamente estáveis face ao trimestre anterior, tendo apenas uma das instituições participantes indicado uma ligeira diminuição dos spreads aplicados nos empréstimos de risco médio.

Em termos gerais, os critérios de concessão de empréstimos permaneceram relativamente estáveis nos últimos três meses. Mas também aqui se verificou uma melhoria, dado que algumas instituições reportaram uma ligeira diminuição na restritividade (exigências fixadas), em particular no segmento dos empréstimos a grandes empresas, com algumas instituições a referirem um ligeiro aumento do montante dos empréstimos.

Do lado da procura também se verifica uma recuperação, já que a maioria das instituições reportou “um ligeiro aumento, nos segmentos das empresas e dos particulares”.

Nas empresas, verificou-se um aumento da procura de empréstimos ou linhas de crédito sobretudo no segmento das PMEs e nas maturidades mais longas. Nos particulares, foi reportado um aumento nos empréstimos para aquisição de habitação, bem como nos empréstimos para consumo e outros fins.

Para o aumento na concessão e condições de crédito também terá contribuído uma maior concorrência entre instituições bancárias e uma avaliação mais favorável da situação e perspectivas de sectores de actividade ou empresas específicas. A qualidade creditícia do mutuário e a melhoria das condições de financiamento e das restrições de balanço das instituições financeiras ajudam a explicar a melhoria reflectida no inquérito promovido pelo Banco de Portugal.

Para os próximos três meses, “as cinco instituições antecipam um ligeiro aumento da procura de empréstimos ou linhas de crédito por parte das empresas”. No que se refere aos particulares, as perspectivas também são de crescimento da procura, com excepção de uma instituição, que antecipa uma relativa estabilidade.

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