Bancos estão a reduzir spreads nos empréstimos de menor risco

Instituições antecipam maior procura de empréstimos de particulares e empresas no segundo trimestre.

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Spreads estão a cair Pedro Vilela/arquivo

Os cinco maiores bancos a operar no mercado nacional mantiveram os critérios de concessão de crédito e as condições aplicadas nos empréstimos ou linhas de crédito a empresas e particulares no primeiro trimestre, com apenas uma instituição a reportar uma redução ligeira na restritividade.

As conclusões são do inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, divulgadas nesta terça-feira, que revelam que “no segmento das empresas e dos particulares continuou a verificar-se uma redução dos spreads (margem comercial dos bancos) aplicados nos empréstimos de risco médio”.

Já nos empréstimos de maior risco a empresas, regista-se maior diversidade, verificando-se aumentos nos spreads aplicados por uma instituição, enquanto outra reportou uma evolução oposta.

As perspectivas para o segundo trimestre apontam para a manutenção global dos actuais critérios de concessão de crédito ao sector privado não financeiro, “podendo contudo ocorrer uma ligeira diminuição da restritividade nos empréstimos quer a PMEs quer a grandes empresas”.

Os dados do inquérito para o primeiro trimestre revelaram “uma manutenção da procura global de empréstimos no segmento das empresas e um crescimento ligeiro no segmento dos particulares”.

Em termos de procura, e para o segundo trimestre, os bancos antecipam um aumento ligeiro de pedidos de empréstimos por parte das empresas, o qual deverá estar associado principalmente às PMEs, para todo o tipo de maturidades.

No caso dos particulares, a maioria das cinco instituições participantes perspectivam um ligeiro aumento da procura, quer para aquisição de habitação, quer para consumo e outros fins.

Nas respostas a questões ad-hoc, relacionadas com o impacto que o programa alargado de compra de activos do BCE, e reportando-se aos últimos seis meses, três instituições consideraram que o programa alargado contribuiu positivamente para a melhoria da sua posição de liquidez. Duas instituições referiram ainda que as condições de financiamento no mercado melhoraram ligeiramente com o referido programa, enquanto três instituições referiram que a rendibilidade decorrente da margem de juro líquida sofreu uma ligeira deterioração.

Para os próximos seis meses, as instituições antecipam melhorias ligeiras em quase todos os domínios. A excepção a esta tendência verifica-se na ausência de alterações significativas nos fundos próprios (todas as instituições) e nas condições de financiamento no mercado através da emissão de capital e da rendibilidade global do banco, onde não se antecipam alterações na maioria das instituições.

A liquidez adicional proporcionada pelo programa teve um impacto reduzido nas condições de refinanciamento e concessão de crédito. No entanto, duas instituições reportaram que a maior liquidez proveniente do aumento dos depósitos das empresas e dos particulares contribuiu ligeiramente para a substituição de dívida vencida.

Para os próximos seis meses, a maioria das instituições inquiridas espera que a maior liquidez resultante da venda de activos transaccionáveis contribuirá ligeiramente para refinanciar a substituição de dívida vencida e para conceder empréstimos a empresas e a particulares para a habitação. De referir que apenas duas instituições prevêem um efeito positivo na concessão de empréstimos dirigidos ao consumo e outros fins e na compra de activos transaccionáveis da área do euro, excepto obrigações soberanas.

Relativamente à maior liquidez proveniente dos depósitos das empresas e particulares, algumas instituições financeiras antecipam uma contribuição ligeira para o aumento na concessão de empréstimos a empresas e particulares para aquisição de habitação.

A última questão, que visou avaliar de que forma o programa de compra de activos do BCE afectou o comportamento das instituições inquiridas na concessão de crédito apenas uma reportou um impacto no sentido de uma menor restritividade quer nos critérios de concessão de crédito quer nos termos e condições. Nos termos e condições, uma outra instituição reportou igualmente melhorias ligeiras quer nos últimos seis meses quer para o próximo semestre. 

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