Banco suíço encerra depois de admitir culpa em processo de evasão fiscal

O Wegelin « & Co tornou-se o primeiro banco privado a admitir ser culpado num processo nos EUA. O banco estaria a ajudar clientes a abrirem contas sob nomes de código para forjarem declarações de impostos.

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O banco admitiu ter ajudado clientes norte-americanos a fugirem a dezenas de milhões Denis Balibouse /Reuters

O mais antigo banco privado suíço, Wegelin & Co, admitiu na quinta-feira às autoridades dos EUA que era responsável por ajudar dezenas de cidadãos norte-americanos a fugirem aos impostos. Terminado o processo, o banco fundado em 1741 encerrará definitivamente a actividade.

Esta é a primeira vez que um banco privado admite ser culpado num processo nos EUA, o que está a levar a imprensa internacional a reclamar a primeira vitória judicial sobre o secretismo bancário suíço.

Mas a vitória, a existir, vale apenas pela metade. Isto porque, apesar de o Wegelin & Co ter admitido ser culpado no processo de evasão fiscal e de se ter comprometido com uma indeminização de 44 milhões de euros aos Estados Unidos, ainda nada se sabe acerca dos nomes dos norte-americanos que o banco admitiu ajudar.  <_o3a_p>

De acordo com a Reuters, a publicação dos nomes dos envolvidos fora, desde o início, uma das principais exigências no processo. No entanto, mesmo com o processo a chegar ao fim, não é claro que o banco suíço tenha sido obrigado a revelar a identidade dos norte-americanos que mantinham contas sob falsos nomes no banco.  <_o3a_p>

O Wegelin & Co reconheceu ter conspirado para permitir a fuga a impostos valor de pelo menos 915 milhões de euros no decorrer dos últimos 10 anos. Segundo o tribunal de Manhattan que lidera o processo, o banco suíço terá “deliberadamente” procurado contas ilegais, algumas delas perdidas pelo maior banco suíço, o UBS, quando, em 2008 e 2009, este grupo começou a ser investigado também nos EUA. <_o3a_p>

O Wall Street Journal escreve nesta sexta-feira que o Wegelin terá permitido que alguns clientes norte-americanos abrissem contas sob nomes de código como forma de enublar a relação com os seus nomes reais. Para serem capazes de forjar declarações de impostos, estes clientes terão também registado contas identificadas através de empresas offshore.<_o3a_p>

Na sessão de quinta-feira em Nova Iorque, um dos principais sócios do banco suíço admitiu que “a conduta do banco estava errada”. No entanto, ressalvou Otto Bruderer, “o Wegelin acreditou que, no ponto de vista da prática, não seria acusado nos EUA pela sua conduta, uma vez que não tinha actividade no país e porque, no seu entendimento, não agiu em violação de qualquer lei suíça”. <_o3a_p>

A audiência final do processo está marcada para 4 de Março, segundo o Wall Street Journal. <_o3a_p>

O desfecho antecipado que surge com a declaração de culpa do Wegelin acontece menos de um mês depois de o também suíço UBS ter negociado uma multa de 1100 milhões de euros no âmbito do caso das manipulações das Libor. 

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