Banco Popular e sindicatos negoceiam transferência de 135 trabalhadores

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Trabalhadores vão ser transferidos para uma empresa participada pelo grupo espanhol Manuel Roberto

O Banco Popular Portugal e vários sindicatos estão em negociações devido à transferência de 135 colaboradores no âmbito da transmissão da unidade de gestão de activos imobiliários e gestão de dívida para uma empresa participada pelo grupo espanhol.

"Esta situação não é nova, qualquer empresa pode desagregar uma área de negócio. O nosso objectivo é garantir que os trabalhadores passarão para a outra empresa mantendo os mesmos direitos que têm actualmente", afirmou à agência Lusa Rui Riso, presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI).

Este sindicato conta com mais de 50 trabalhadores afectados por esta situação, sendo o mais representativo, com os restantes funcionários divididos entre outros sindicatos. Também há colaboradores que não são sindicalizados.

Fonte ligada ao processo disse à Lusa que esta transmissão da unidade de gestão de activos imobiliários e gestão de dívida do Popular para uma empresa participada pelo Grupo Banco Popular visa uma "optimização desta área de negócio".

E realçou: "Chegou-se a acordo com um parceiro especializado. Trata-se de um parceiro muito experiente. Não se trata de um desinvestimento, mas sim de uma aposta na melhoria da rentabilidade dos activos do banco, que permanecerão na sua propriedade".

A mesma fonte garantiu que os 135 colaboradores envolvidos "continuarão a fazer a gestão da recuperação de crédito e dos imóveis", vincando que "estes colaboradores manterão todos os benefícios que actualmente detêm no Banco Popular".

Segundo esta fonte, em causa estão trabalhadores "provenientes de várias áreas de negócio que, num esforço conjunto, foram capitalizando novos conhecimentos, obtendo uma especialização em novos conceitos de recuperação de crédito e de gestão de imóveis".

A Lusa tentou obter mais informações junto de fonte oficial do Banco Popular, mas tal não foi possível, uma vez que ainda está em aberto o processo negocial com os sindicatos e a administração só fala quando o mesmo estiver encerrado.

Um dos trabalhadores envolvidos nesta transferência, que pediu para não ser identificado, disse à Lusa que nos últimos tempos "tem havido muito descontentamento entre os trabalhadores", confessando que há preocupação face à pouca informação disponível sobre este processo.

"Vamos aguardar pelos desenvolvimentos da próxima semana, que a documentação esteja fechada, para podermos analisá-la e decidir se vamos, ou não, reclamar [junto dos tribunais] contra os moldes em que este processo foi feito, e não contra o processo em si, já que o mesmo é válido", afirmou.

Já Rui Riso transmitiu à Lusa a ideia de que o SBSI está confiante que "as negociações das questões de pormenor que ainda estão pendentes vão chegar a bom porto", permitindo que os trabalhadores fiquem com os mesmos direitos que tinham dentro do banco.

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