Banco Popular e ACS cancelam emissões de dívida por causa da turbulência no mercado

O banco e a construtora espanhóis suspenderam operações que totalizavam 1250 milhões de euros.

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Banco Popular registou 4258 milhões de euros em saneamentos extraordinários Pedro Valdez

O Banco Popular cancelou uma emissão de dívida que tinha prevista para esta quarta-feira, devido às condições "débeis" dos mercados financeiros - negativamente afectados pela turbulência em torno do Grupo Espírito Santo. O grupo de construção ACS seguiu caminho idêntico.

A instituição bancária espanhola tinha previsto a colocação de 750 milhões de euros em obrigações convertíveis em acções, instrumentos híbridos conhecidos por CoCos, junto de "investidores qualificados". Estes títulos seriam, posteriormente, submetidos a cotação na bolsa da Irlanda.

Mas com as praças financeiras europeias em clara perda, afectadas pelas ondas de choque geradas pela situação em torno da família Espírito Santo e do banco onde detém 25,1% (o BES), o Banco Popular decidiu recuar na emissão de dívida, algo que o jornal Expansion diz ser uma situação insólita nos últimos meses. 

A emissão, com uma maturidade de cinco anos, estava apoiada num sindicato bancário constituido pelo Crédit Agricole, Deutsche Bank, Goldman Sachs, Morgan Stanley e UBS. Numa primeira fase, a meta de capital foi fixada em 500 milhões de euros, valor que subiu para 750 após uma sondagem ao interesse dos investidores. A taxa de juro deveria situar-se entre os 7% e os 7,25%.

Já a ACS cancelou a emissão de dívida a cinco anos que tinha prevista para esta quarta-feira e que tinha um valor de 500 milhões de euros. Grupo com raízes no sector da construções e das concessões de serviços, a ACS é liderada pelo presidente do Real Madrid, Florentino Perez.

Um outro banco espanhol, o Liberbank - criado em 2011 e que resultou da fusão entre a Cajastur, a Caja de Extremadura e a Caja Cantabria- entrou nesta quarta-feira em queda na bolsa de Madrid, após ter revelado que detinha cerca de dois milhões de acções da Espírito Santo Financial Group. A participação tem um valor equivalente a 2,7 milhões de euros.

 

 

 

 

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