Banco Lloyds vai despedir mais três mil pessoas até ao final de 2017

Sobe para 12 mil o número de empregos cortados pela instituição.

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O Governo britânico resgatou o Lloyds no pico da crise financeira REUTERS/Andrew Winning

O banco britânico Lloyds vai despedir mais três mil pessoas até 2017, anunciou a empresa, numa altura em que se espera que o Banco de Inglaterra corte as taxas de juro na próxima semana devido ao Brexit.

O Lloyds Banking Group (LBG) decidiu alargar os seus planos de restruturação com o encerramento de 200 sucursais e o despedimento de três mil pessoas até ao final do próximo ano, revela a empresa num comunicado sobre os seus resultados intercalares.

Com estes despedimentos, sobe para 12 mil o número total de empregos eliminados pela empresa no actual programa de restruturação, que foi anunciado em 2014.

O Banco de Inglaterra deverá cortar as taxas de juro dentro de uma semana para um mínimo histórico de 0,25%, em resposta à incerteza provocada pela vitória do Brexit – que o Lloyds admite que já tem impacto na economia.

"Como resultado da mudança dos comportamentos dos consumidores e da esperada redução das taxas de juro, o âmbito do programa [de restruturação] foi agora alargado para incluir o encerramento de mais 200 sucursais e redução de 3.000 postos de trabalho até ao fim de 2017", disse o LBG no comunicado.

O banco, que voltou quase completamente para o sector privado depois de um resgate pelo Estado durante a crise financeira de 2008, também elevou a sua meta de poupança para 1,4 mil milhões de libras, face ao objectivo anterior de mil milhões de libras.

O LBG acrescentou que os lucros líquidos, ou lucros após impostos, duplicaram para 1,3 mil milhões de libras (1,5 mil milhões de euros) no primeiro semestre de 2016, de 874 milhões no ano anterior, mas alertou para o impacto do Brexit.

"Apresentámos um bom desempenho financeiro no primeiro semestre com um resultado subjacente robusto, a duplicação do lucro estatutário e forte geração de capital, juntamente com progresso continuado das nossas iniciativas estratégicas", disse o presidente executivo, António Horta-Osório. Admitiu no entanto que o resultado do referendo que ditou a saída do Reino Unido da UE prejudica as perspectivas de futuro.

"Na sequência do referendo sobre a UE, as perspectivas para a economia britânica são incertas e, embora o impacto exacto dependa de um número de factores, incluindo as negociações com a UE e acontecimentos políticos e económicos, parece provável uma desaceleração do crescimento", disse.

O Governo britânico resgatou o Lloyds no pico da crise financeira, com um custo de cerca de 20 mil milhões de libras, que deixou nas mãos do Estado 43% do banco. Desde então, já conseguiu reduzir a sua participação para cerca de 9%, após várias vendas de acções.

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