Banco de Moçambique suspende conselho de administração e comissão executiva do Moza Banco

Novo Banco detém 49% do quarto maior banco moçambicano.

O Banco de Moçambique anunciou nesta sexta-feira ter suspendido o conselho de administração e a comissão executiva do Moza Banco, do qual o Novo Banco detém 49%, para "proteger os interesses dos depositantes".

"A situação financeira e prudencial do Moza Banco, SA tem vindo a degradar-se de forma insustentável", o que tornou necessário "reforçar as medidas extraordinárias de saneamento", previstas na lei, para "proteger os interesses dos depositantes e outros credores", salvaguardando "as condições normais de funcionamento do sistema bancário", de acordo com um comunicado enviado à agência Lusa.

Perante esta situação, o Banco de Moçambique designou um novo presidente e novo conselho de administração para o Moza Banco, onde o Novo Banco de Portugal tem uma participação de 49%.

João Filipe Figueiredo vai presidir ao novo conselho de administração do Moza Banco, S.A., "com efeitos imediatos". O "mandato durará até à normalização da situação", indica.

"O Banco de Moçambique assegura ao mercado, aos clientes e ao público em geral que o Moza Banco continuará a funcionar dentro da normalidade".

Em Julho, o Moza Banco reagiu, em comunicado, a rumores sobre uma falência iminente e assegurou se encontra sólido.

"Os factos e o desempenho que temos tido nos últimos anos, demostram claramente o contrário e reforçam a convicção dos accionistas e gestores de que o Moza continua a sua trajectória de inovação e crescimento", de acordo com o comunicado, na altura.

Em 2015, o Moza registou um resultado líquido de 81,7 milhões de meticais (1,1 milhões de euros ao câmbio actual), abaixo dos 153 milhões de meticais (dois milhões de euros) no ano anterior.

Fundado em 2008, o Moza é o quarto maior banco do país, sendo detido em 50,9% pela Moçambique Capitais e em 49% pelo Novo Banco.

Em 2015, realizou uma mudança de imagem, mantendo 800 trabalhadores e 59 unidades de negócio em todo o país, 76 mil clientes, e uma quota de mercado de 7,2% no crédito, 7,68% nos depósitos e 8,88% nos ativos.

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