Notas de 500 euros vão deixar de ser impressas

Preocupação com actividades ilícitas levou à decisão de parar a emissão em 2018. Notas poderão continuar a ser usadas sem restrições.

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Poucos tiveram uma nota de 500 euros na carteira David Clifford/Arquivo

Para a grande maioria, estavam muito longe de ser uma presença assídua na carteira. Há mesmo quem nunca lhes tenha posto os olhos em cima. Agora, têm um fim à vista, ainda que distante: o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que as notas de 500 euros vão acabar algures no final de 2018.

Quem tiver notas de 500 não terá, no entanto, de fazer qualquer troca. As notas deixarão de de ser impressas, mas continuarão a ter o mesmo valor e a poder ser usadas como meio legal de pagamento. Também poderão ser trocadas a qualquer altura por outras notas nos bancos centrais de cada país.

A decisão vai ao encontro de muitas preocupações já expressas sobre a utilização da nota de 500 para pagamentos ilegais e branqueamento de capitais. Num breve comunicado, o BCE diz ter "levado em conta preocupações de que esta nota pudesse facilitar actividades ilícitas". A nota de euro mais valiosa tinha até uma alcunha pouco lisonjeira, havendo quem lhe chamasse “Bin Laden”. O director-geral do organismo europeu de luta antifraude, Giovanni Kessler, explicava ao PÚBLICO em Fevereiro que estas notas – procuradas por permitirem transportar montantes elevados num volume menor – chegavam a ser compradas em alguns circuitos por um valor acima do nominal.

Das notas actualmente existentes, a de 500 é assim a única que não fará parte da série Europa, um novo desenho das notas de euro, que traz medidas reforçadas de segurança. Já estão em circulação as notas de cinco, dez e 20 euros desta série.

O comunicado do BCE não indica uma data específica, afirmando apenas que a emissão de notas de 500 vai parar "por volta do final de 2018, quando está planeado que as notas de 100 e 200 da série Europa sejam introduzidas".

A nota de 500 euros (um valor que está próximo do salário mínimo em Portugal) foi defendida por países como a Alemanha, que ainda no tempo do marco tinha uma nota valor semelhante, a de 1000 marcos. Nos EUA, a nota de valor mais elevado é a de 100 dólares (ligeiramente menos em euros). Acabou por ter um tempo de vida menor do que o das moedas de um e dois cêntimos, que alguns países já deixaram de usar, mas que continuam a ser cunhadas.

Notícia corrigida: a nota de marco com valor próximo dos 500 euros era a nota de 1000 marcos e não a de 100, como estava escrito.

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