Banco central alemão rejeita que o euro esteja sobrevalorizado

Presidente do Bundesbank sustenta que uma depreciação da moeda normalmente não leva a um crescimento da competitividade sustentado.

Foto
Jens Weidmann teme uma "competição de desvalorização" de moedas Kai Pfaffenbach/Reuters

O euro não está sobrevalorizado e a tentativa de enfraquecer a moeda única nos mercados cambiais conduzirá a uma inflação elevada, alertou nesta segunda-feira o presidente do banco central alemão (Bundesbank), Jens Weidmann.

Para Weidmann, membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), “os últimos indicadores não assinalam uma sobrevalorização séria do euro, apesar da sua recente valorização”.

Num discurso em Freiburg, sudoeste da Alemanha, que a Bloomberg cita, o responsável alemão advertiu que “uma política de taxa de juro para especificamente enfraquecer o euro levará a uma inflação elevada no fim”. Isto dias depois de o presidente do BCE, Mario Draghi, prometer vigiar a subida do euro nos mercados para não deixar a moeda única escalar livremente ao ponto de prejudicar a evolução prevista para a economia da zona euro e os preços.

Na sequência da última reunião de política monetária do BCE, onde Jens Weidmann tem assento, Draghi referiu que o valor do euro “está dentro da sua média de longo prazo”, mas reconheceu que a manutenção da tendência de subida pode pôr em causa os objectivos do BCE.

O Presidente francês, François Hollande, veio defender a manutenção do valor do euro baixo para fomentar o crescimento.

Jens Weidmann marcou agora posição: “As anteriores experiências de induzir politicamente a depreciação demonstraram que estas normalmente não conduzem a um crescimento da competitividade sustentado.”

“Com frequência, são necessárias mais e mais depreciações. Mas se mais países tentam depreciar a moeda, isso acabará numa competição de desvalorização que só irá produzir perdedores”, concluiu o líder do Bundesbank, numa referência à guerra cambial.

A moeda única seguia nesta segunda-feira em alta, valendo 1,3428 dólares depois dos comentários de Weidmann.
 

Sugerir correcção
Comentar