Argentina propõe pagar dívida aos “fundos abutres” nas mesmas condições de 2010

O documento foi apresentado num tribunal de Nova Iorque. Dois dos fundos já disseram que recusariam.

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Oferta inclui um desconto de quase 70% do valor nominal dos títulos com vencimentos de 28 a 33 anos Juan Mabromata/AFP

A Argentina propôs a dois fundos especulativos, que classifica como “abutres”, o pagamento nas mesmas condições dos acordos de reestruturação da sua dívida de 2010, num documento interposto perante a Justiça norte-americana na sexta-feira.

A oferta foi apresentada num tribunal de Nova Iorque, depois de no final de 2012 um juiz norte-americano ter condenado a Argentina a reembolsar 1300 milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros) de capital e juros aos fundos NML Capital e Aurelius por uma dívida que remonta a 2001, durante a crise financeira argentina.

“A República propõe, seguindo os termos da oferta de troca de 2010, dar aos investidores a opção do valor nominal das obrigações até 2038 ou com desconto”, indica o texto interposto pelos advogados, pouco antes da meia-noite de sexta-feira, o limite do prazo estipulado, indicou a agência AFP.<_o3a_p>

A Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, tinha já dito que estava disposta a oferecer ao NML Capital e Aurelius as mesmas condições contempladas nos acordos de reestruturação da dívida argentina de 2005 e 2010, que foram aceites por 92 % dos detentores de títulos obrigacionistas do país.

A proposta, plasmada num documento de 22 páginas elaborado pelo Ministério argentino da Economia e três escritórios de advogados, inclui um desconto de quase 70% do valor nominal dos títulos com vencimentos de 28 a 33 anos. No entanto, os dois fundos já disseram que recusariam.


O executivo argentino propõe que os queixosos recebam uma “compensação significativa”, enquanto a capacidade de pagamento do país será preservada.

Uma decisão favorável à Argentina, nota o jornal conservador La Nación, diminuiria o risco de o país voltar a entrar em bancarrota. Uma entrada em default técnico, comentou ao jornal Co ex-secretário das Finanças, Daniel Marx, seria “gravosa” para o país.

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