Apenas um terço dos britânicos quer continuar na União Europeia

Sondagem mostra que o referendo para a saída da UE deve vencer nas urnas britânicas. 70% dos britânicos considera que não existemproblemas económicos com a saída da Europa.

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Os conservadores devem fazer do referendo uma bandeira de campanha em 2015, dirigindo-se ao eurocepticismo britânico Stefan Wermuth/Reuters

Uma sondagem publicada nesta segunda-feira pelo Financial Times indica que apenas um em cada três britânicos votaria “sim” no referendo prometido por David Cameron sobre se o Reino Unido quer continuar como membro da União Europeia (UE). A sondagem, desenvolvida pela Harris Interactive a pedido do jornal britânico, mostra que 50% dos 2114 inquiridos votariam “não” à continuidade no espaço europeu e que apenas 33% se mostra favorável ao espaço comunitário. Os restantes 17% afirma que não votaria no referendo.

De acordo com a sondagem, há mais britânicos a acreditarem que a economia do Reino Unido sairia fortalecida com a saída da UE do que o contrário: 33% acredita que haveria um melhor desempenho económico, contra 31% que diz que a economia britânica ficaria mais fraca. Considerando os 37% que acredita que a economia do Reino Unido ficaria na mesma, 70% dos britânicos não prevê problemas económicos com a saída da União Europeia.  

Ainda que 45% dos britânicos tenha afirmado que o espaço europeu traz benefícios para o Reino Unido, quase 60% afirma que os aspectos positivos da União Europeia não compensam os negativos. Em todo o caso, cerca de 50% dos inquiridos afirma que o Reino Unido fez bem em aceder ao espaço comunitário europeu, em 1973.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, prometeu para 2017 um referendo sobre a continuidade do Reino Unido na União Europeia. Mas os boletins só chegam às urnas caso o Executivo conservador seja reeleito nas legislativas de 2015. Esta deverá ser uma das principais bandeiras de campanha dos conservadores, uma vez que os trabalhistas já se mostraram contra o referendo.

Mas, antes deste referendo, David Cameron quer rever os moldes da presença europeia do Reino Unido, devolvendo parte das competências de Bruxelas de volta ao Governo britânico. Será em relação à nova postura europeia do Reino Unido que os britânicos devem escolher continuar ou abandonar o espaço europeu.

No entanto, só 12 dos 50% que se recusaria a continuar no espaço europeu é que mostra abertura para alterar a sua decisão depois da transferência da soberania europeia para o Reino Unido em alguns temas. David Cameron ainda não explicou em que áreas é que quer políticas independentes de Bruxelas, mas deixou claro que quer um reforço do mercado interno britânico.

Notícia corrigida às 10h54

Onde se lia "continuar no euro" lê-se agora "continuar no espaço europeu"

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