Apenas 44% dos desempregados recebem subsídio de desemprego

Mais de metade dos 952,2 mil desempregados registados pelo INE não têm acesso ao subsídio.

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Segurança Social continua sem cobrir mais de metade dos desempregados. Adriano Miranda

No final de Abril, 418,2 mil pessoas recebiam prestações de desemprego. O número até aumentou face ao ano passado e ao mês anterior, mas mais de metade dos desempregados continuam sem ter acesso ao subsídio de desemprego.

Os dados divulgados pela Segurança Social mostram que, em Abril, havia mais 55.671 pessoas a receber subsídio do que no ano passado e mais 1545 do que em Março.

Tomando como referência os 952,2 mil desempregados apurados no primeiro trimestre do ano pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em Abril a taxa de cobertura do subsídio de desemprego foi de 44%. Fazendo o mesmo exercício para o mesmo mês de anos anteriores, conclui-se que nos últimos três anos a taxa de cobertura nunca chegou a 50%. Já em Abril de 2010, 62% dos desempregados tinham algum tipo de protecção social.

Os dados dizem respeito a subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego inicial, subsídio social de desemprego subsequente e prolongamento do subsídio social de desemprego.

Em Abril, estas prestações atingiram o valor médio de 487,67 euros, uma redução quando comparado com os 501,13 euros observados um ano antes. Estas diferenças estão relacionadas com os salários que os desempregados recebiam no activo, dado que, no caso do subsídio de desemprego, o seu valor corresponde a uma percentagem da remuneração, com o limite máximo de 1048 euros (este limite reduziu-se, antes eram 1258 euros). Mas também têm a ver com as alterações em vigor desde o ano passado e que prevêem que, após seis meses, a prestação de desemprego tenha um corte de 10%.

O Porto é o distrito com mais beneficiários, 89.404, seguido de Lisboa, distrito que registou 82.879 pessoas a receber prestações de desemprego.

O gabinete de imprensa do Ministério da Solidariedade e da Segurança Social alerta que, para aferir a taxa de cobertura de protecção social, devem ser também tidos em conta “os desempregados com protecção social ou Integrados em medidas activas de emprego, que estão no IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional), daí não surgirem nas estatísticas publicadas pelo ISS (Instituto de Segurança Social), assim como, os dados do rendimento social de inserção, os quais incluem desempregados que já deixaram de auferir qualquer um dos subsídios de desemprego”.

O ministério realça que “a taxa de cobertura social corresponde neste momento a 757.943 desempregados com protecção social".

Mais empresas em lay off

Os dados disponibilizados no site da Segurança Social permitem ainda concluir que há mais empresas a recorrer ao lay off. Em Abril, 228 empresas em dificuldades suspenderam temporariamente os contratos aos trabalhadores ou reduziram o horário de trabalho. Trata-se de um aumento de 30% face a Abril de 2012.

Mas o número de trabalhadores afectados é menor. A Segurança Social está a apoiar 2675 pessoas, menos 3,3% do que no ano passado.

 

Notícia actualizada com posição do Ministério da Solidariedade e da Segurança Social e com dados sobre o lay off.

 
 
 
 
 

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