Apax e Bain vão entregar oferta firme pela PT Portugal na próxima semana

Fundos comprometeram-se com a Oi a apresentar uma oferta vinculativa pela operadora portuguesa na próxima sexta-feira. Futuro da PT Portugal pode passar pela entrada em bolsa.

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Oi vai ter duas ofertas vinculativas pela PT Portugal

Os fundos Apax e Bain enviaram na quarta-feira à Oi e à PT SGPS uma carta em que reafirmam o interesse na PT Portugal e se comprometem a apresentar uma oferta vinculativa pela operadora no dia 28 de Novembro, ou seja, na próxima sexta-feira, disse ao PÚBLICO fonte próxima das duas entidades.

A Apax e a Bain entregaram na semana passada à brasileira Oi uma oferta de 7075 milhões de euros pela PT Portugal (um valor que já inclui a dívida da operadora e condiciona o pagamento de 800 milhões de euros a resultados futuros), mas, segundo a própria Oi, tratava-se de uma proposta pendente de consulta de informação sobre a PT Portugal e de aprovação final.

Para a Apax e para a Bain, a decisão de comprar a PT Portugal já está tomada e os próximos dia serão necessários apenas para “contratualizar os financiamentos, que já estão, no entanto, garantidos”, disse a fonte próxima dos fundos. A mesma fonte adiantou que o “objectivo é manter a PT Portugal como líder de mercado” e que o futuro da empresa pela dispersão do seu capital na bolsa de Lisboa.

A oferta da Apax e da Bain concorre com a da francesa Altice, que é de 7025 milhões de euros (e contempla os mesmos pagamentos diferidos). Uma oferta que, segundo a imprensa brasileira, a Oi parecia inclinada a aceitar.

Os fundos acreditam que, além do valor mais alto (50 milhões de euros), a sua oferta tem a vantagem de não precisar de análises concorrenciais, uma vez que, ao contrário da Altice (dona da Oni e Cabovisão), a Apax e a Bain não têm activos de telecomunicações em Portugal. “Entre a assinatura do contrato de venda e a entrega dos fundos” bastam “seis semanas” para o processo ficar concluído, disse a fonte.

Além das duas ofertas pela PT Portugal, os accionistas da Oi são ainda confrontados com a intenção de Isabel dos Santos de avançar com uma OPA sobre a PT SGPS (que detém cerca de 38% da Oi), de forma a conseguir uma posição de relevância no capital da empresa brasileira, com a qual conseguiria a entrada no mercado brasileiro, influência no destino da PT Portugal e uma solução para o diferendo da Unitel. A Oi quer vender a posição de 25% na operadora móvel angolana que estava no grupo PT, mas os sócios angolanos, liderados por Isabel dos Santos, reclamam direito de preferência.

Ainda esta quinta-feira, Isabel dos Santos destacou, no Global Entrepreneurship Summit, em Marraquexe, a parceria entre a Unitel e o Google para a instalação de novos cabos submarinos de fibra óptica, que ligarão o Brasil a África e aos EUA, com o objectivo de aumentar a capacidade de transmissão de dados entre estas regiões. “É um projecto que está em curso e o primeiro quilómetro foi construído há duas semanas”, revelou a empresária angolana, que falava na qualidade de presidente executiva da Unitel (onde tem uma posição accionista de 25%).

Isabel dos Santos (que divide com a Sonae o controlo accionista da NOS) destacou ainda o crescimento das telecomunicações em África e sublinhou que o próximo grande desafio do continente serão as ligações em banda larga.

 

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