TAP assegura ter garantido 70% dos voos ao terceiro dia de greve

Sindicato dos pilotos faz um balanço diferente e fala em cancelamentos que poderão ter atingido os 80%.

Foto
Segundo a TAP, a adesão dos pilotos à greve tem sido maior na Portugália Daniel Rocha

A TAP revelou ao início da noite desta domingo que o terceiro dia da greve convocada pelo sindicato dos pilotos fez com que a companhia tivesse que suspender 30% dos voos que tinha programado, num registo que diz estar em linha com o que tinha sucedido na sexta-feira e sábado.

Das 272 ligações que a companhia liderada por Fernando Pinto tinha previsto realizar até às 19h, quando divulgou o último balanço do dia, foram operacionalizadas 189 e as restantes 83 acabaram por ser canceladas. Neste universo, 163 voos da TAP foram realizados e 45 ficaram em terra; na Portugália, que é também controlada pelo grupo estatal, houve 26 ligações garantidas e 38 que não se efectuaram.

Nesta segunda-feira, a companhia deverá avançar com o número de passageiros que já foram afectados pela greve do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), que voltou hoje a fazer um balanço diferente dos impactos da paralisação. Para o SPAC, a TAP foi forçada a cancelar 50% dos voos planeados até às 18h e a estimativa era a de que, até ao final do dia, os cancelamentos atingissem 70% a 80%.

O sindicato reafirmou as acusações de que “os voos realizados anunciados pela TAP são feitos à custa dos pilotos pertencentes às chefias” e voltou a lembrar que bastava ao Governo fechar a VEM [empresa de manutenção e engenharia] no Brasil para assegurar a sustentabilidade da TAP em Portugal”.

André Serpa Soares, das relações públicas da TAP, ouvido pela SIC Notícias, negou as acusações de que a companhia, para garantir voos, estivesse a prolongar os horários dos pilotos. “Na TAP, todos os regulamentos de segurança e de tempos de descanso são cumpridos escrupulosamente”, afirmou.

O SPAC reclama a devolução das diuturnidades (subsídios de antiguidade) que estão suspensas desde 2011 e reclama para os pilotos uma percentagem entre 10% e 20% no capital da empresa, quando a TAP for privatizada.

O ministro da Economia falou na sexta-feira, primeiro dia de paralisação, para fechar a porta a uma negociação, mas frisando que o Governo tinha mostrado abertura na véspera para ir “ao encontro de algumas pretensões” dos pilotos, que não especificou. E deixou então um apelo: “O que desejo é que continuem a trabalhar e, se possível, que aumente o número de pilotos e voos. Mesmo nos percursos de curto curso, onde a incidência da greve é maior, faço um apelo aos pilotos para verem a atitude dos seus colegas. É importante para o país os aviões levantarem voo.”

A Associação Empresarial de Portugal lamentou entretanto que estivessem a ser as regiões Norte e Centro as mais prejudicadas pela paralisação. “Ao fim de três dias de greve, já se percebeu que quem gere o grupo TAP optou por subalternizar o centro operacional que ainda tem no Porto, na tentativa de mitigar os efeitos da paralisação em Lisboa”, afirmou a associação em comunicado.

 

Sugerir correcção
Ler 9 comentários