António Barreto vai deixar até final do mês a Fundação Francisco Manuel dos Santos

A saída do sociólogo da fundação, responsável pelo projecto de base de dados Pordata, foi ditada por divergências com o dono da Jerónimo Martins.

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António Barreto tem sido rosto da fundação desde que foi criada Miguel Manso

O sociólogo António Barreto, de 72 anos, o principal rosto da instituição, vai deixar até ao final do mês a Fundação Francisco Manuel dos Santos, não assumindo, como estava previsto inicialmente, as funções de chairman.

Em causa estão divergências com Alexandre Soares dos Santos, dono do grupo Jerónimo Martins, e patrono da instituição criada em Fevereiro de 2009, quanto ao caminho que a fundação deve seguir no futuro.

Recorde-se que já tinha sido anunciado que António Barreto ia deixar as funções de presidente executivo da fundação e que ficaria como chairman (presidente não executivo). O nome escolhido para substituir o sociólogo, como executivo, foi o de Nuno Garoupa, que integra, aliás, o conselho científico da fundação. Garoupa tem sido professor de Direito na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos e regressará a Portugal e assumirá a presidência executiva da fundação a partir de Novembro.  

António Barreto (jubilado do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa) tem sido, nos últimos anos, o rosto da fundação criada por Soares dos Santos, instituição que se tem destacado por várias iniciativas, entre elas, a publicação de uma colecção de ensaios sobre a sociedade portuguesa, que se revelou um sucesso editorial. Para além de debates sobre a realidade portuguesa, a fundação é responsável pelo projecto de base de dados Pordata,que reúne dados estatísticos de várias fontes, nomeadamente dos ministérios, do Banco de Portugal e do Instituto Nacional de Estatística.

O objectivo central da fundação tem sido a promoção de estudos e de análises sobre a realidade portuguesa em diversas áreas, cujos resultados têm dado origem a várias publicações. Os estatutos da fundação indicam que esta é independente de “organizações e interesses políticos, partidários, económicos, religiosos e outros”.

O PÚBLICO contactou, para comentar a informação, a Fundação Francisco Manuel dos Santos, que declinou responder. Não foi possível obter um comentário por parte de António Barreto.  

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