Angolanos ligados à Newshold têm acordo para comprar dona do atum Bom Petisco

Investidores angolanos ligados à Newshold estão a negociar a compra da dona da marca Bom Petisco, confirmou à Lusa fonte oficial da conserveira.

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Álvaro Madaleno Sobrinho, accionista da empresa Pineview Overseas, principal proprietária da Newshold Raquel Esperança

“De facto, está a decorrer um processo nesse sentido”, disse fonte oficial, remetendo para mais tarde a divulgação de novas informações sobre o negócio que reforça o interesse de Angola pelas empresas portuguesas.

De acordo com os dados recolhidos pela Lusa, o acordo de compra será para 80% das empresas Cofaco e Coresa. A Cofaco, segundo a sua página na Internet, é uma empresa “exclusivamente açoriana” e tem actualmente duas fábricas no arquipélago, uma na ilha do Pico (Madalena do Pico) e outra na ilha de S. Miguel (Rabo de Peixe). É esta empresa a responsável pela fabricação das conservas Bom Petisco ou Pitéu, cabendo à Coresa a sua comercialização.

Nestas duas empresas, segundo os registos do Ministério da Justiça, já aparece como vogal do Conselho de Administração das duas sociedades, Emanuel Jorge Alves Madaleno.

Este é um dos donos da Pineview Overseas, a sociedade offshore registada no Panamá detentora da maioria do capital da Newshold, que se assumiu como candidata à eventual privatização da RTP.

Na última edição do jornal Sol de 2012, o gestor angolano Álvaro Sobrinho (presidente não executivo do BES Angola) revelou ser accionista da Pineview Overseas e disse mesmo que esta “é detida em partes iguais pelos cidadãos” Carlos de Oliveira Madaleno, Generosa Alves dos Santos e Silva Madaleno, Álvaro de Oliveira Madaleno Sobrinho, Sílvio Alves Madaleno e Emanuel Jorge Alves Madaleno, todos da sua esfera familiar.

Já em Novembro, o Correio dos Açores dava conta de que investidores angolanos estavam a negociar a entrada no capital destas empresas através da aquisição de 80% do capital que o Grupo Machado detinha na Cofaco, continuando Luís Tavares, actual presidente da Cofaco e vogal da administração da Coresa, a deter 20% do capital social do grupo conserveiro nos Açores.

A concretização do negócio de compra estará ainda dependente da regularização da parte financeira pelos investidores angolanos. Para breve estão também previstas mexidas nos Conselhos de Administração das duas empresas.

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