Angela Merkel condena salários "desmedidos" de altos executivos na Alemanha

Declarações surgem na sequência do referendo suiço que decidiu limitar ordenados dos gestores.

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A Alemanha, liderada por Angela Merkel, deverá escapar aos cortes Michael Gottschalk/AFP

A chanceler alemã, Angela Merkel, condenou os salários e bónus "desmedidos" que recebem os altos executivos de algumas empresas alemãs e manifestou compreensão pelas críticas dos cidadãos a esses rendimentos excessivos.

"Não deve haver desmesura numa sociedade livre e social", diz Merkel em declarações publicadas nesta quarta-feira no jornal Freien Presse de Chemnitz, no leste da Alemanha, acrescentando que "lamentavelmente" não basta deixar a regulação dos salários nas mãos da economia livre.

A chanceler disse ainda "entender muito bem quando as pessoas se limitam a abanar a cabeça ao ver que alguns salários saem do normal e reclamam que isso acabe".

Apelou por isso a que o assunto seja discutido "a nível europeu", embora considere que na Alemanha, graças à participação dos trabalhadores nas decisões das empresas, a situação seja "diferente da de outros países".

Nesse sentido, considerou "muito bom" que a União Europeia trabalhe numa iniciativa para que os salários dos altos executivos sejam decididos, não só pelos conselhos de administração, mas também pelas assembleias de accionistas.

Um maior controlo dos salários dos altos executivos na Alemanha tornou-se um tema de debate no país desde que os suíços decidiram em referendo limitar os ordenados dos directores das empresas.

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