O ministro das Finanças da Alemanha disse, neste domingo, que vai disponibilizar 800 milhões de euros em empréstimos às pequenas e médias empresas (PME) de Espanha, numa iniciativa que pode estender-se também a Portugal e Itália.

De acordo com a AFP, Wolfgang Schauble é citado nas revistas Wirtschaftswoche e Business Week como tendo já ‘oferecido’ este programa a Portugal e Itália: "Já disse aos meus colegas portugueses que eles também podem ter isto", escreve a agência.

O programa espanhol, que Schauble apresentou recentemente no Parlamento alemão, prevê a disponibilização de 800 milhões de euros através do banco de fomento alemão KfW e do espanhol ICO.

Para além de Portugal, o ministro das Finanças alemão vai também estender a mesma oferta a Itália, mas não à Grécia, porque o país não tem um banco de desenvolvimento nos mesmos moldes que os seus parceiros europeus, embora pudesse ser criada uma instituição que servisse como parceiro da entidade financeira alemã, acrescenta a AFP.

A 22 de Maio, o ministro das Finanças, Vitor Gaspar, anunciou, numa visita a Berlim, que o banco do fomento alemão KfW estava a estudar a possibilidade de dar linhas de crédito ou participar no capital das PME portuguesas. Na sequência de um encontro com o seu homólogo alemão para discutirem a aplicação do programa de ajustamento português, Vítor Gaspar afirmou que o KfW já estará a dar apoio na criação do chamado ‘banco do fomento’ (ou instituição financeira de desenvolvimento para o Governo).

“Podemos beneficiar da colaboração alemã, em particular do banco de desenvolvimento alemão, que se chama KfW, que estará disponível para explorar a possibilidade de estender linhas de crédito a Portugal ou participar no capital das PME de formas intermediadas indirectamente por instituições portuguesas”, afirmou Vítor Gaspar no encontro, que decorreu no Ministério das Finanças da Alemanha, em Berlim, o mês passado.

Vítor Gaspar afirmou então que “essa colaboração do KfW está desde já a ocorrer na área técnica” e agradeceu o apoio alemão.

O ministro das Finanças explicou que em cima da mesa estiveram, por isso, as preocupações com a transmissão das melhorias das condições de financiamento às empresas e em particular às PME activas nos mercados exportadores.