Alemanha e França impulsionam regresso da zona euro ao crescimento

Depois de um ano e meio de recessão, a economia da moeda única cresceu 0,3% no segundo trimestre.

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O crescimento da Alemanha e de França superou a previsão dos analistas Fonte: Eurostat

É um crescimento modesto, mas que interrompe o mais longo período de recessão da zona euro. O conjunto dos países da moeda única apresentou, no segundo trimestre, um crescimento marginal de 0,3% em relação aos três primeiros meses do ano, interrompendo o ciclo de um ano e meio de contracção da actividade económica.

De acordo com os dados publicados nesta quarta-feira pelo Eurostat, o Produto Interno Bruto (PIB) registou, no entanto, uma quebra de 0,7% em relação ao segundo trimestre do ano passado.

O desempenho trimestral surge a reboque do crescimento registado na Alemanha, que, depois de uma quebra da actividade no final do ano passado e de uma estagnação nos três primeiros meses do ano, surpreendeu ao apresentar um crescimento de 0,7%, acima do esperado por analistas (como é o caso de economistas ouvidos pela agência Bloomberg). Face ao período Abril-Junho de 2012, o crescimento foi de 0,5%.

A dinâmica da economia francesa, a segunda maior da zona euro, ajudou também a puxar pelo conjunto da moeda única. Com o consumo interno a reanimar a actividade económica, França saiu da recessão e, ao fim de dois trimestres consecutivos a perder terreno, apresentou um crescimento em cadeia de 0,5%, também acima das principais previsões (na comparação homóloga, há uma subida de 0,3%).

Entre os países para as quais há dados disponíveis, Portugal foi a economia que mais cresceu na comparação trimestral (1,1%). Para trás ficou um período de recessão de dois anos, o que não é sinónimo de uma inversão do ciclo económico, como alertou já o Núcleo de Estudos de Conjuntura sobre a Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica, que contava já com um crescimento trimestral do PIB, mas inferior a 1%.

O desempenho do PIB foi divergente entre as principais economias. A dinâmica positiva da Alemanha e de França não foi acompanhada por Itália e Espanha, que se mantêm em recessão técnica (assim definida quando se observam, pelo menos, dois trimestres consecutivos de contracção do PIB). A economia italiana recuou 0,2% do primeiro para o segundo trimestre, mais do que a economia espanhola, que se contraiu 0,1%.
 
 
 
 

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