Air France cancela 59% da operação na segunda-feira

Greve poderá custar até 180 milhões de euros à companhia.

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Os protestos foram convocados depois de a Air France ter anunciado, este mês, que pretende pôr em marcha um plano de reestruturação da Transavia REUTERS/Jean-Paul Pelissier

A Air France deverá cancelar 59% da operação nesta segunda-feira, num momento em que entra na segunda semana dos protestos convocados pelos pilotos por causa do plano de reestruturação da subsidiária low cost Transavia.

A paralisação deveria terminar nesta segunda-feira, mas o sindicato dos pilotos aprovou uma moção para prolongar a greve até sexta-feira, dia 26 de Setembro. A companhia estima que cada dia de protestos significa prejuízos entre dez e 15 milhões de euros, pelo que este conflito com os trabalhadores poderá custar até 180 milhões de euros à Air France.

Para este domingo, a transportadora aérea francesa antecipava o cancelamento de 62% da operação, a fasquia mais elevada desde que os protestos começaram. Os impactos têm-se sentido em todas as geografias em que a companhia de aviação opera. Nos aeroportos portugueses, tem sido suprimida uma média de três frequências por dia, mas neste domingo o número subiu para cinco.

Os protestos foram convocados depois de a Air France ter anunciado, este mês, que pretende pôr em marcha um plano de reestruturação da Transavia, a sua subsidiária low cost.

Com esta reestruturação, a frota da Transavia aumentaria de 50 para 100 aviões e o número de passageiros mais do que duplicaria, atingindo 20 milhões por ano. O sindicato teme que esta aposta na subsidiária low cost tenha consequências negativas para a Air France e para os trabalhadores, já que o plano prevê a abertura de novas bases da Transavia fora de França.

“Apelamos ao primeiro-ministro para que agende rapidamente uma reunião e não temos dúvidas de que prestará muita atenção a este tema tendo em conta o plano para deslocalizar postos de trabalho”, referiu o porta-voz do sindicato dos pilotos, Jean-Louis Barber, no sábado, citado pela Reuters.

Do lado da Air France, a companhia insiste que tem mantido “um diálogo constante com os pilotos com o objectivo de alcançar um acordo em benefício do crescimento e da competitividade do grupo”.

Muitas das chamadas transportadoras aéreas tradicionais na Europa têm investido em subsidiárias low cost nos últimos anos para combater a Ryanair e a Easyjet. O modelo de negócio das companhias de baixo custo é, porém, muito diferente e, regra geral, menos benéfico para os trabalhadores por motivos de contenção de custos.

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