Ainda há quatro mil passageiros da TAP sem voo assegurado devido à greve desta quinta-feira

Reunião com secretário de Estado não travou paralisação convocada pelos tripulantes.

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Há apenas três ligações de ida e volta asseguradas Raquel Esperança

Apesar das alterações de voos e dos serviços mínimos, ainda há quatro mil passageiros desprotegidos no primeiro de quatro dias de greve que a TAP vai enfrentar já a partir desta quinta-feira. O sindicato dos tripulantes decidiu seguir em frente com os protestos, apesar da reunião com o secretário de Estado dos Transportes.

Para o primeiro dia de paralisação, a companhia tinha cerca de 25 mil passageiros com reservas efectuadas. Destes, 14.500 alteraram os voos e outros 2800 vão viajar pela PGA a companhia regional detida pela TAP. Outros 3700 estão protegidos pelos serviços mínimos decretados para quinta-feira, que asseguram uma ligação de ida e volta entre Lisboa e o Funchal, a Terceira e São Paulo, e pelos voos de regresso de aeroportos internacionais (que são realizados mesmo quando há greve).

E, por isso, sobram quatro mil pessoas que a transportadora aérea não conseguiu contactar, maioritariamente pelo facto de terem efectuado as reservas através de agências de viagens.

A TAP espera que as perturbações na operação comecem a fazer-se sentir a partir da manhã de quinta-feira, tendo reforçado as equipas nos aeroportos e nos serviços de reservas para dar apoio aos passageiros que não têm voo garantido.

Esta paralisação vai estender-se por mais três dias: 1 e 30 de Novembro e ainda 2 de Dezembro. Para o próximo sábado, havia cerca de 30 mil reservas efectuadas, mas perto de dez mil foram já alvo de alterações.

Reunião não trava greve
A reunião que juntou nesta quarta-feira à mesma mesa o secretário de Estado os Transportes e os principais sindicatos da TAP não chegou para travar esta paralisação, que os tripulantes convocaram para exigir que a companhia cumpra o acordo de empresa.

O presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Rui Luís, afirmou ao PÚBLICO que “a paralisação se mantém” e que “nada aconteceu [no encontro] que motivasse a suspensão” dos protestos. O sindicalista garantiu ainda que “não houve sequer um telefonema da administração da TAP” para resolver este conflito laboral.

O SNPVAC espera uma adesão de 90% dos trabalhadores a esta greve, que será a primeira realizada pelos tripulantes desde finais do ano 2000. Houve várias ameaças entretanto, nomeadamente de uma greve de dez dias, mas nunca se materializaram.

Tal como o PÚBLICO noticiou nesta quarta-feira, a reunião com o secretário de Estado, que aconteceu após um pedido da plataforma de sindicatos, serviu também para discutir o tema da privatização. De acordo com Rui Luís, os representantes dos trabalhadores pediram para serem envolvidos neste processo, caso o Governo decida relançar a venda da companhia.

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