Agricultura pode perder centenas de milhões de euros devido a cortes comunitários

Governo diz que está a tentar inverter a situação, mas cortes na PAC podem cheagar às centenas de milhões de euros.

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A CNA vai fazer várias propostas e reclamações Foto: Rui Gaudêncio

A redução do orçamento comunitário para a Política Agrícola Comum (PAC) pode significar “perdas importantes” para Portugal, implicando cortes de 3% nas ajudas directas e 25% nos apoios ao desenvolvimento rural, afirmou o secretário de Estado da Agricultura.

O corte pode chegar às centenas de milhões de euros, já que Portugal perderia 18 dos cerca de 600 milhões de euros que recebe actualmente de ajudas directas, mais 250 milhões de euros para o desenvolvimento rural.

“Portugal pode ter perdas importantes. Quando falamos de 25% de quebra do desenvolvimento rural, estamos a falar de mil milhões de euros. Obviamente, não queremos um cenário desses”, afirmou José Diogo Albuquerque, à margem do IX Congresso Nacional do Milho, sublinhando que só nos últimos dois ou três anos se começou a implementar o Programa de Desenvolvimento Rural (Proder) e que está agora “em pleno funcionamento”. O secretário de Estado acrescentou que o Governo está a desenvolver diligências “a todos os níveis” para “tentar inverter a situação”, mas assume que “vai ser difícil”.

O Governo português tem argumentado em Bruxelas que o Proder é o programa que melhor se adequa aos objectivos da Comissão Europeia para o futuro, nomeadamente a nível de crescimento sustentável. “O programa de desenvolvimento rural está exactamente a fazer isso”, salientou o mesmo responsável, apontando, como exemplo, os 280 jovens agricultores que se instalam por mês, o reforço das medidas agro-ambientais e a aposta na competitividade.

José Diogo Albuquerque manifestou “esperança de conseguir atenuar estas perdas”, mas acrescentou que “há um objectivo claro” de poupança a nível de vários Estados-membros, sobretudo entre os que mais contribuem para o orçamento comunitário.

“O que temos dito é que devemos salvaguardar a política agrícola e a coesão, que têm contribuído para os objectivos que queremos para a União Europeia no futuro”, declarou.
 
 

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