ACP Viagens abre despedimento colectivo devido a aumento dos prejuízos

Este ano, a empresa do grupo ACP registou um prejuízo de 664 mil euros. O processo de despedimento colectivo abrangeu 15 pessoas. Três foram integradas no grupo.

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É nas viagens de e para Portugal que se nota mais a crise, segundo a APAVT Nuno Ferreira Santos

A unidade de viagens do Automóvel Clube de Portugal (ACP) iniciou um processo de despedimento colectivo na sequência da quebra de vendas e da quase duplicação dos prejuízos este ano, admitiu à Lusa uma fonte daquela instituição.

De acordo com a ACP, o processo de despedimento colectivo na agência de viagens – empresa autónoma do ACP – abrangeu 15 pessoas, tendo três sido integradas no grupo.

Em “2011 e 2012, a quebra de vendas da agência de viagens foi de 35%”, disse a mesma fonte, lembrando que a agência de viagens foi sujeita, nos últimos anos, a várias reestruturações, algumas das quais com dispensas de pessoal.

Actualmente, a ACP Viagens está reduzida a uma estrutura mínima, referiu, sem adiantar o número de trabalhadores que permanecem no activo.

Este ano, a empresa do grupo ACP registou um prejuízo de 664 mil euros, o que representa uma quase duplicação em relação ao ano passado, quando o prejuízo foi de 345 mil euros.

De acordo com o ACP, a crise económica que se tem feito sentir no país agravou a situação da instituição, uma vez que os sócios passaram a comprar menos pacotes de viagens.

Contactado pela agência Lusa, o presidente da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, disse que não faz sentido “fazer comentários sobre situações concretas”, mas admitiu ter conhecimento da reestruturação feita na ACP Viagens.

“Naturalmente, conhecemos o caso, como conhecemos outros processos de reestruturação que fazem parte da vida actual do nosso país e também do nosso sector. Não podemos fugir a essa realidade”, disse.

Pedro Costa Ferreira lembrou que, por causa da crise, algumas agências de viagens cessaram a actividade em 2012, enquanto outras – as grandes redes – foram obrigadas a fazer reestruturações profundas nos seus balcões.

“Contudo, gostaria de salientar que vamos acabar o ano com mais agências de viagens registadas do que em 2011”, disse, ressalvando não acreditar “totalmente nestes números, pois o registo é jovem e terá erros, podendo haver agências que já não existem no mercado e estão registadas”.

No que diz respeito às sedes das agências, a APAVT considera que o número de balcões terá diminuído este ano por causa das reestruturações das grandes redes.

Na opinião de Pedro Costa Ferreira, do ponto de vista das agências de viagens, é nas viagens de e para Portugal que se nota mais a crise.

“Temos três grandes sectores de actividade: a recepção de turistas, que não foi afectada, tendo até tido um crescimento; o sector das viagens de avião das empresas, que não teve quebras este ano mas também não cresceu; e o sector do lazer, que, este sim, foi muito afectado pela crise”, explicou.

De acordo com o presidente da APAVT, no sector do lazer registou-se uma queda de cerca de 20% em relação ao ano passado.

“Este subsector de mercado é que tem sofrido com a crise porque, na globalidade, as agências de viagem até têm sabido resistir à crise”, concluiu.
 
 

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